Offshore foi descoberta por meio de apuração internacional
Edu Andrade/ ME
Offshore foi descoberta por meio de apuração internacional

O ministro da Economia, Paulo Guedes, irá à Câmara dos Deputados no próximo dia 10 de novembro prestar depoimento sobre a manutenção de offshore em paraíso fiscal. O encontro será na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa, que aprovou a convocação de Guedes no último dia 5 de outubro.

Paulo Guedes é apontado como sócio da Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. Ele abriu o negócio em setembro de 2014 às vésperas da eleição vencida por Dilma Rousseff (PT) e manteve o negócio após assumir o Ministério da Economia, em 2019.

O ministro negou ter movimentado a empresa durante sua participação no governo federal e ressaltou ter declarado a empresa à Receita Federal. Guedes ainda se comprometeu a comparecer no Congresso Nacional para explicar o caso.

O caso Pandora Papers foi divulgado no começo do mês, após investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Além de Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também mantinha uma offshore após assumir o comando da instituição. A empresa de Campos Neto, no entanto, encerrou suas operações um ano e meio após o presidente do BC assumir o cargo.

Tanto Guedes quanto Campos Neto poderão ser enquadrados no artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, seja no Brasil ou no exterior, passíveis de serem afetadas por políticas governamentais. Como o ministro e o presidente do BC ocupam cargos que possuem informações privilegiadas, suas offshores configuram conflitos de interesses.

Guedes também deverá prestar depoimento ao Senado e ao plenário da Câmara dos Deputados. Outras três comissões comandadas por deputados também devem aprovar a convocação do ministro nos próximos dias.

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