Jair Bolsonaro
Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto
Jair Bolsonaro

Sob a gestão de Jair Bolsonaro, o governo federal atingiu o maior gasto com cartão corporativo desde 2018. Nos primeiros nove meses de 2021, R$ 204,8 milhões foram gastos, valor 19,9% maior que o registrado em todo o ano de 2020.

No ano passado, R$ 170,7 milhões foram consumidos pelo governo federal em cartões corporativos. Em 2019, foram R$ 198,2 milhões. O valor registradoa té setembro de 2021 só não é maior que o total de 2018: sob o comando de Michel Temer, o governo gastou R$ 244,8 milhões em cartões corporativos.

É interessante notar que, entre 2020 e 2021, o número de pessoas que têm cartão corporativo do governo federal caiu 18,6%, de 4.485 para 3.647. Ainda assim, os gastos cresceram consideravelmente.

Os dados fazem parte de um levantamento do Metrópoles, que usou como base as informações do Portal da Transparência, plataforma de divulgação de contas do governo federal gerida pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Quem mais gastou

Dentre os R$ 204,8 milhões gastos até setembro de 2021, a Presidência da República lidera, consumindo 35,5% do total. Ministério da Justiça e da Segurança Pública vem na sequência, com 26,7%, seguido pelo Ministério da Economia, com 10%.

Veja o ranking dos órgão do governo federal que mais gastaram com cartão corporativo em 2021:

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  • Presidência da República – R$ 15,2 milhões
  • Ministério da Justiça e da Segurança Pública – R$ 11,4 milhões
  • Ministério da Economia – R$ 4,3 milhões
  • Ministério da Educação – R$ 3 milhões
  • Ministério da Defesa – R$ 2,7 milhões

Conhecido como cartão corporativo, o Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF) é usado para o pagamento de despesas, e a lei autoriza seu uso desde que "caracterizada a necessidade em despacho fundamentado".

Lúcio Big, diretor-presidente do Instituto Observatório Político e Socioambiental (OPS), entidade de fiscalização de gastos públicos e defesa da boa gestão do orçamento público, disse ao Metrópoles que os gastos causam espanto.

"Em um país cuja economia se parece com um carro desgovernado, saber que os gastos aumentaram mesmo com menos cartões corporativos disponíveis é algo que chega a causar espanto", afirma. "É uma pena, porém, que nem todos os gastos realizados com esse tipo de cartão estejam disponíveis para a análise e fiscalização do cidadão brasileiro, o verdadeiro pagador das contas públicas", continua.

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