O Banco Mundial anunciou nesta segunda-feira (11) que espera arrecadar US$ 100 bilhões em doações para o fundo da Associação Internacional para o Desenvolvimento. A iniciativa pretende atender países mais pobres em "trágicas reversões no desenvolvimento" causadas pela pandemia da Covid-19, segundo o presidente do BM David Malpass.
A iniciativa é anunciada no primeiro dia da reunião anual do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) com ministros da Fazenda de mais de 190 países. Na manhã desta segunda, o ministro da Economia Paulo Guedes aterrisou na capital americana para o encontro e agenda com ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G-20.
A arrecadação anunciada nesta segunda, de acordo com Malpass, procura mitigar as crescentes disparidades entre economias avançadas e países em desenvolvimento. As doações, vindas de países desenvolvidos, irão reabastecer o fundo AID, atendendo a uma recomendação feita no início de 2021 por ministros de finanças de países africanos.
O banco multilateral de desenvolvimento prevê un crescimento global de 5,7% em 2021 e de 4,4% em 2022. Entretanto, Malpass afirma que as disparidades entre economias avançadas e países em desenvolvimento foram acentuadas e atrasaram os esforços para reduzir os níveis de extrema pobreza por ano, e até para a década.
"Os dados de alta frequência recebidos apontam para uma desaceleração da atividade global, enquanto há o gargalo persistente de cadeias de suprimentos e ondas da Covid-19", afirmou Malpass.
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"O panorama é desafiador para muitos países em desenvolvimento, com a taxa de atraso na vacinação crescendo, inflação, suporte limitado da política, baixíssima oferta de empregos e escassez que se estende a comida, água e eletricidade", acresentou.
O presidente do BM afirma ainda que a desigualdade cresce dramaticamente, com expectativa de crescimento de quase 5% na renda per capita em economias avançadas em 2021. Em países de baixa renda, entretanto, a taxa cai para 0,5%.
Segundo Malpass, economias avançadas já estão atingindo patamares pré-pandêmicos de crescimento econômicos. Por outro lado, países em desenvolvimento devem fechar 2022 com crescimento econômico quase 4% abaixo de patamares pré-pandêmicos.
"Estamos testemunhando o que eu chamo de grave reversão no desenvolvimento em muitas dimensões. Processo na redução da quantidade de pessoas vivendo em extrema pobreza recuaram em anos, podendo chegar até a uma década, em algumas localidades", explica.
Malpass também pediu esforços para reduzir os níveis insustentáveis de dívida contraída por muitos países em desenvolvimento. Ele ressalta que a carga de dívida de nações de baixa renda aumentou 12%, chegando ao patamar recorde de US$ 860 bilhões em 2020.