O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista à revista Veja nesta quinta-feira (23) e além de mostrar confiança no ministro da Economia, Paulo Guedes, e confirmar o Auxílio Brasil em "no mínimo" R$ 300, também reconheceu a pressão inflacionária sobre o país, mas não apontou saídas para a crise.
Bolsonaro disse que não pretende tabelar preços para controlar a escalada inflacionária, e que não pode alterar o dólar graças à independência do Banco Central.
"Eu não vou tabelar ou segurar preços. Não posso tabelar o preço da gasolina, por exemplo, mas quero que o consumidor fique sabendo o preço do combustível da refinaria, o imposto federal, o transporte, a margem de lucro e o imposto estadual. Hoje toda crítica cai no meu colo", disse.
"O dólar está alto, mas o que eu posso falar para o Roberto Campos (presidente do BC)? Quem decide é ele, que tem independência e um mandato. Reconheço que o custo de vida cresceu bastante aqui, além do razoável, mas vejo perspectivas de melhora para o futuro", completou.
O presidente culpou governadores e prefeitos que fecharam o comércio durante a pandemia pela alta inflacionária.
“Não errei em nada. Fui muito criticado quando falei que ficar trancado em casa não era solução. Eu falava que haveria desemprego — e foi o que aconteceu. Outra consequência disso é a inflação”.