Qualquer aumento de imposto é ruim, afirmou Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho Administrativo do Magazine Luiza, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (17). Ela foi questionada sobre o aumento do IOF, anunciado na quinta-feira pelo governo
como forma de bancar o novo Bolsa Família.
"Qualquer aumento de imposto num momento de recessão é ruim. Nós temos que fazer mais com menos, não mais com mais", disse Luiza.
Ela frisou que programas de transferência de renda são fundamentais, destacando o projeto de renda mínima defendido pelo ex-senador Eduardo Suplicy, argumentando que ninguém aguenta mais pagar imposto.
"Não dá mais. Precisamos fazer mais com menos. Como é que vai ser feito? Temos de fazer um exercício. Fazer mais com mais é fácil", argumentou. "Tem que dar mesmo (o benefício social), eu sou a favor. Não se tira um país da pobreza sem passar pela renda mínima, o Suplicy já falava isso".
A empresária foi eleita uma das cem pessoas mais influentes pela revista Time. O texto sobre a trajetória de Luiza Trajano na publicação é assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também já integrou a lista da Time.
Ela voltou a frisar que não sairá candidata a cargo algum. E continuará a atuar pela melhora do país junto com o Grupo Mulheres do Brasil, organização apartidária, que reúne quase cem mil mulheres.
Envolvida no trabalho do Unidos pela Vacina, movimento que lançou em fevereiro de 2020 ao lado de outras lideranças empresariais para acelerar o processo de vacinação dos brasileiros até este mês de setembro, Luiza já se prepara para novas frentes de atuação.
"No Mulheres do Brasil, temos três projetos muito grandes. O primeiro é planejamento estratégico do Brasil, com quatro pilares: educação, saúde, emprego e habitação. O segundo é ter 50% de mulheres em cadeiras cativas na nossa política, vamos entrar forte nisso. O terceiro é a ciência na saúde. Precisamos investir. Temos cientistas maravilhosos", afirmou.
A empresária defendeu ainda o que chama de mentalidade PPP, ou "pense primeiro na pequena", destacando sobre a importância de criar condições para as atividades e o crescimento das pequenas empresas por seu impacto na economia do país.
"Hoje, a pequena empresa tem o Simples. É mal usado ainda, mas já tem mais vantagens de impostos do que a gente tinha antigamente quando era pequeno. Mas ainda é pouco usado. Tem um Brasil mais independente, mais maduro e ao mesmo tempo muito dividido, o que não precisava", lamenta. "Veja muitos mais cursos para dar, mais gente querendo fazer isso, fundos querendo investir em pequenas empresas. Elas geram emprego. É preciso entender isso, ter políticas públicas claras".
Para ela, o prêmio da Time aumenta ainda mais seu compromisso com a sociedade civil. "Aumentou muito mais, estar nesta lista, o meu compromisso com ações concretas para melhoria do Brasil. Nós temos um longo caminho pela frente", disse em vídeo postado em suas redes sociais na quinta-feira, em agradecimento pela premiação da Time.
Na postagem — que já se aproxima de 109 mil visualizações apenas no Instagram nesta sexta-feira — ela destacou ainda que "unir o país é o que mais precisamos neste momento. Eu não tenho lado, Mulheres do Brasil não tem, lado. O nosso lado é o Brasil".