O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da gasolina de 30% para 25%. A medida irritou governadores de outros estados que o acusam de ceder à pressão do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo informação da colunista Malu Gaspar, os secretários de Fazenda de outros estados, em grupo no WhatsApp classificaram a medida como "inoportuna" na batalha de narrativas em torno da responsabilidade sobre o preço da alta dos combustíveis.
Segundo Bolsonaro, a gasolina a R$ 7 é culpa do imposto estadual, os governadores rebatem afirmando que a responsabilidade é da política de preços de paridade com o dólar, aplicada pela Petrobras.
“Aqui em Pernambuco estávamos virando o jogo na guerra da comunicação nas últimas três semanas. Ontem fui cobrado em baixar a alíquota em Pernambuco. O que estava indo bem aqui virou um inferno ontem”, desabafou o secretário Décio Padilha no grupo de WhatsApp, informa Malu.
Com o anúncio, o ICMS do Rio Grande do Sul ficará na menor alíquota do país. Outros estados, no entanto, não podem se dar ao luxo de chegar ao patamar de 25%, como São Paulo, por exemplo. O governador paulista, João Doria, é adversário de Leite nas prévias do PSDB.
Os secretários criticaram também a postura de Leite de reduzir impostos em meio ao processo de conseguir entrar em recuperação fiscal.
Nelson Rocha, do Rio de Janeiro, que está no Regime de Recuperação Fiscal: “RJ resiste, apesar de sermos a maior alíquota, que é temporária em virtude do RRF (regime de recuperação fiscal). Mas a pressão é grande”, escreveu no WhatsApp.