Mesmo com um sálario de mais de R$ 20 mil, um servidor aposentado do Banco Central costumava pedir esmolas em frente à sede da instituição. Segundo o site Metrópoles, o homem, que não foi identificado, ocupava o cargo de analista do banco - mas, ainda assim, precisava da ajuda dos colegas de trabalho para sobreviver.
O motivo é que o aposentado, de 49 anos, sofria maus-tratos da companheira Maruzia das Graças Brum Rodrigues, 53. Uma das filhas de Maruzia contou ao Metrópoles
que recebeu ligações de funcionários do BC preocupados com a situação. Segundo ela, a mãe estava morando em Portugal entre 2012 e 2018, enquanto absorvia todo o salário do marido e o deixava passando necessidade.
Médicos começam a desconfiar
Quando ainda trabalhava, há três anos, o servidor já apresentava sinais de alienação mental e precisava de cuidados psiquiátricos. Foi aí que a companheira decidiu colocá-lo em sessões de terapia. No entanto, como a vítima só frenquentava a clínica para se alimentar, os médicos passaram a desconfiar dos abusos.
Diante da repercussão no Banco Central e da suspeita da clínica, Mariuza Rodrigues decidiu voltar ao Brasil para se apossar da aposentadoria integral do companheiro. O sálario de cerca de R$ 23 mil era a única fonte de renda da mulher e servia para bancar seu apartamento de luxo em Lisboa. Enquanto isso, o servidor morava em um apartamento insalubre, sujo e sem qualquer cuidado.
Em 2019, o pedido de aposentadoria integral do companheiro foi finalizado. Com o passar dos meses, o homem ficou com a saúde cada vez mais debilitada - principalmente pela ministração de super dosagens de medicamentos para mantê-lo dopado.
O caso
Os enteados da vítima esperaram o momento em que a mãe estaria passando por procedimentos de cirurgia plástica em um hospital no Distrito Federal para tentar visitar o padrasto e descobrir em que condições ele vivia. Foi aí que encontraram o homem grogue e prostado. Ele não conseguia falar com coesão e apresentava hematomas e lesões nos braços.
A Polícia Militar e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas para socorrer o servidor, em 8 de setembro. Vídeos, fotos e uma série de documentos foram coletados pelos três filhos da suposta autora e enteados da vítima.
Na delegacia, as testemunhas contaram que a mãe dopava, agredia e obrigava o aposentado a tomar medicamentos usados para castração química. O inquérito foi instaurado na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul, no DF.