O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (8), que as medidas adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia da Covid-19 tinham como objetivo “mexer na economia” para “derrubar” o governo. O chefe do Executivo criticou partidos que apoiaram as ações adotadas por gestores estaduais e municipais.
“O ano passado com a política do ‘fecha tudo’ até pensei, desconfiei, não vou afirmar, que era uma maneira de mexer na economia para tentar derrubar a gente”, declarou em conversa com apoiadores nesta manhã, na saída do Palácio da Alvorada.
Sem citar nomes de partidos, o presidente condenou siglas que apoiaram políticas de fechamento de atividades para frear a disseminação do novo coronavírus.
“Dois partidos políticos fazendo nota agora me atacando, obviamente. Falando do preço do combustível, preço dos alimentos, mas que os partidos fizeram ano passado a não ser apoiar medida dos governadores? Tem que ter uma consequência. Vai ficar em casa tem uma consequência”, disse.
Bolsonaro ainda falou sobre nota conjunta assinada pelo DEM e PSL, que repudiaram os discursos de Bolsonaro nos atos pró-governo ocorridos no feriado. As siglas comentaram que as “tensões políticas” impossibilitam dar “respostas efetivas aos milhões de pais e mães de família angustiados com a inflação dos alimentos, da energia, do gás de cozinha, com o desemprego e a inconstância da renda”.
Você viu?
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que a inflação é “consequência de fechamentos”.
“Nada está tão ruim que não possa piorar. Isso é uma realidade. A Argentina, por exemplo, reconduziu ao poder quem tinha colocado a Argentina no buraco”, disse.
Sobre os atos do feriado, Bolsonaro alegou ser “mais um na multidão” e não respondeu diretamente uma apoiadora que perguntou se o presidente conseguiu fazer uma “fotografia” do país, como Bolsonaro falou que ocorreria em discursos recentes.
“Não é fácil você mudar uma coisa que está há décadas enraizada no poder. Alguns querem que eu faça assim e resolva. Ontem eu era mais um na multidão. Nada sobe minha cabeça, sei da responsabilidade e para onde o Brasil está marchando também”, afirmou.
O presidente disse ainda que o Brasil é “um emaranhado de problemas” e que não pode resolvê-los “de uma hora para outra” com uma “canetada”. “Não é achar que eu tenho superpoderes para levantar a espada e resolver o assunto, não. ‘Ah, vai lá, faz isso.’ Não é assim não que a banda toca. Isso que o Brasil vive é um somatório de décadas de desmandos, apoiados por muitos de vocês de forma inconsciente”, declarou.