Febraban perde 22,5% do total em caixa com saída de bancos públicos
Agência Brasil
Febraban perde 22,5% do total em caixa com saída de bancos públicos

A eventual saída da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) representaria uma perda de 22,5% nas receitas da principal entidade que representa o setor bancário brasileiro, de acordo com fontes com conhecimento no assunto.

Os dois bancos públicos ameaçam deixar a instituição por conta de um manifesto que está sendo capitaneado pela Fiesp assinado por cerca de cem entidades de classe dos setores financeiro e industrial pedindo gestos de pacificação entre os Poderes.

A possibilidade dos dois principais bancos públicos do país deixarem a Febraban foi antecipada pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim.

A Febraban é uma entidade com diversos associados, mas Caixa e Banco do Brasil são alguns dos principais contribuidores para o orçamento da Federação porque fazem parte dos cinco maiores bancos do país. Ao lado de Bradesco, Itaú e Santander, as cinco instituições detinham 81,8% do mercado de crédito do país em 2020.

A saída dos bancos públicos da instituição foi articulada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que foi seguido pelo presidente do BB, Fausto Ribeiro.

O manifesto da Fiesp deveria ser publicado em jornais nesta semana, mas será adiado. O que irritou os bancos públicos foi uma mudança de tom nesse documento, de acordo com interlocutores das instituições financeiras.

De acordo com fontes que acompanharam as negociações, integrantes da Febraban insistiram que o manifesto fosse mais incisivo contra o governo do que previa inicialmente a Fiesp. A ideia inicial do texto da Fiesp era pedir “pacificação” entre os Poderes e fazer uma defesa da democracia. Mas o texto ganhou contornos de crítica ao governo e ao presidente Jair Bolsonaro, o que desagradou a Pedro Guimarães.

Junto com Fausto Ribeiro, Guimarães levou o assunto a Bolsonaro e disse que não seria correto os bancos públicos assinarem um manifesto com críticas ao governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi informado que não se opôs a essa decisão, mas não participou das conversas.

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