O ministro da Economia Paulo Guedes não parece estar preocupado com a pior crise hídrica em mais de 90 anos. Segundo ele, a Economia brasileira está "bombando", e o que chamou de "antecipação das eleições" seria um problema maior que a conta de luz cara.
"Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que nós vamos ter medo agora? Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é que está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições... Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar", disse durante lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
"Isso vai causar perturbação, empurra a inflação um pouco para cima, BC tem que correr um pouco mais atrás da inflação", completou.
O ministro voltou a falar da recuperação "em V" da economia brasileira no pós-pandemia. Mesmo assim, ele enxerga algumas "nuvens no horizonte", como a crise hídrica e a inflação, por exemplo.
Um dos efeitos da crise hídrica é a pressão sobre a inflação. O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país e divulgado nesta quarta-feira, ficou em 0,89% em agosto, maior taxa para o mês desde 2002. O resultado foi puxado pelo preço da energia, do gás e da gasolina. A energia elétrica foi a maior contribuição individual para o índice, com aumento de 5%, especialmente devido à cobrança de taxa extra na conta de luz, devido à crise hídrica.