O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu o aumento do Fundo Eleitoral, mas admitiu ser a favor do reajuste apenas em cima da inflação. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro vetou o trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em que previa o 'Fundão' em R$ 5,7 bilhões, quase três vezes o valor praticado nos últimos anos.
Segundo Mourão, haverá disputas entre o Ministério da Economia, Palácio do Planalto e Congresso Nacional até a definição de um valor fixo para investimentos no próximo ano. Congressistas já articulam para manter o fundo eleitoral em R$ 4 bilhões.
"Ainda vai ter muito puxa e empurra nisso daí. Acho que o Congresso quer mais do que o presidente considera, e eu concordo com o presidente plenamente, que seria reajustar pela inflação o que foi feito na eleição de 2018", afirmou.
O fundo eleitoral foi criado em 2016 após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir o financiamento de campanhas por empresas. A medida aconteceu após casos de corrupção envolvendo doadores e políticos.
Nos últimos anos, cerca de R$ 2 bilhões do Orçamento da União eram destinados para o fundo, mas com as proximidades das eleições de 2022, o Congresso Nacional apoiou quase triplicar o valor de investimento. Entretanto, especialistas acreditam que o reajuste abre precedente para crise institucional, com retirada de valores da saúde e educação para campanhas eleitorais.
O próprio presidente Jair Bolsonaro defende o reajuste do 'fundão' e vê o valor de R$ 4 bilhões como razoável. No entanto, o Ministério da Economia quer reajustar o investimento baseado na inflação, ou seja, R$ 2,1 bilhões.
O valor final do fundo eleitoral só deve ser definido quando o Palácio do Planalto entregar a Lei Orçamentária Anual (LOA) ao Congresso Nacional. A previsão é que a matéria seja entregue até a próxima semana.