![Empresária defendeu venda dos Correios, mas disse que não sabe se Magazine Luiza participará do certame Empresária defendeu venda dos Correios, mas disse que não sabe se Magazine Luiza participará do certame](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/0g/y9/t6/0gy9t6ja26hakpfinarm5en92.jpg)
A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, deixou em aberto a possibilidade de compra dos Correios, mas defendeu a privatização apenas da parte logística da estatal. A declaração foi dada em entrevista à Bloomberg Línea, publicada nesta quinta-feira (12).
Segundo a empresária, a medida ainda está sendo estudada pela empresa e só deve haver uma definição quando for a 'hora certa'. Trajano também destacou a necessidade de melhorar a logística no país e elogiou o trabalho dos Correios, mas criticou o uso político da estatal.
"Nesse mundo digital, logística é indispensável. A parte dos Correios de correspondências, que quase não existe mais, pode manter com o governo e continuar modernizando. Mas na parte de logística é necessário comprar aviões. Isso tudo respeitando os funcionários. Sou a favor de não destruir o que já tem. Os Correios chegam em qualquer lugar desse Brasil. O Correio muitas vezes acaba sendo usado por partido político. Quem tem que fazer competição é o mercado, não é centralizar a competição", disse.
"Se o Magazine vai entrar, eu não sei. O Magazine Luiza entra no que acha que é legal e na hora certa, ele não especula, vai na hora certa. Nós compramos mais de 15 empresas no último ano, de logística e tecnologia e também compramos outras como a Netshoes, que também é de varejo", concluiu.
Na entrevista, Luiza Trajano também se mostrou favorável a privatização de empresas que dão prejuízo ao governo federal. Entretanto, a empresária se posicionou contrária a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), serviços educacionais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
"Acho que saúde não deve ser privatizada, assim como alguns bancos. Banco do Brasil e Caixa Econômica têm que ficar do jeito que está, de forma mista. Saúde e educação eu não sou a favor de privatizar, mas imagina estatais que só dão prejuízo, por que não? O Governo tem que tratar da saúde, da educação, da segurança e da habitação. Quando sou a favor disso, defendo abertura de mercado, privatizar Correios, dizem que sou de direita; quando eu defendo o Bolsa Família dizem que eu sou da esquerda. Tem coisas que eu sou bem liberal", opinou.
A agenda de privatizações é uma das defesas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tenta emplacar reformas estruturantes e privatizações no Congresso Nacional. No caso dos Correios, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados na última semana e deve ser analisada pelo Senado até o fim deste mês. A Eletrobras é outra empresa pública que será vendida pelo governo federal. A medida passou pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. Os certames de venda devem acontecer apenas em 2022.
Candidatura
À Bloomberg Línea, Luiza Trajano voltou a negar sua possível candidatura à presidência da República nas eleições de 2022. O nome dela foi cotado entre partidos como terceira via. A empresária também foi colocada como possível vice-presidente em chapas eleitorais.
A empresária lembrou de uma ligação telefônica dos netos, pedindo para que ele não se candidatasse. Ela ressaltou não ter interesse, neste momento, em ser cabeça de chapa, mas não negou a possibilidade no futuro.
"'Eu nunca' não existe na minha palavra de empreendedora. Sendo bem sincera, eu não acredito que nenhuma pessoa vai mudar o país se não for através de um grupo forte. Eu sou política e o grupo de Mulheres do Brasil [criado por Trajano] é político. Sem melhorar a pandemia no Brasil, não vamos poder fazer nada. O Brasil está com uma imagem muito ruim de pandemia. Eu já estou trabalhando nisso, mas ainda não tão intenso como pretendo a partir de setembro: fazer um planejamento estratégico para o Brasil de 2022 a 2032 em quatro pilares. São habitação, emprego, saúde e educação, ancorados pela sustentabilidade", afirmou.
"Não, e não vou ser", respondeu ao ser questionada sobre a possível candidatura.