Microsoft é mais uma a exigir vacinação de colaboradores
Luciano Rodrigues
Microsoft é mais uma a exigir vacinação de colaboradores

Durante meses relutantes em entrar na difícil questão de se a vacinação contra a Covid-19 deveria ser obrigatória para os trabalhadores, algumas das maiores empresas nos Estados Unidos, onde a resistência à imunização é maior que no Brasil, se viram obrigadas a agir nos últimos dias, diante do avanço da variante Delta do novo coronavírus.

A Microsoft é mais uma a exigir vacinação de colaboradores. A empresa, que emprega cerca de 100 mil pessoas nos EUA, informou que irá exigir comprovante de vacinação de todos os funcionários, fornecedores e convidados para ter acesso a seus escritórios.

Na terça-feira, a Tyson Foods anunciou a seus 120 mil funcionários de escritórios, matadouros e aviários em todo o país que eles precisariam ser vacinados até 1º de novembro como uma “condição de emprego”.

E a Disney divulgou um comunicado a todos os trabalhadores que recebem por hora e não sindicalizados que trabalham no local sobre a exigência de estarem vacinados.

Outras companhias, principalmente na área de tecnologia, seguiram o exemplo. Na semana passada, Google e Facebook intensificaram o movimento ao anunciar que a volta aos seus escritórios terá como passaporte incondicional o comprovante de vacinação.

“Não tomamos essa decisão levianamente”, escreveu o CEO da Tyson, Donnie King, em um memorando aos funcionários anunciando a decisão da empresa. “Passamos meses incentivando os membros da nossa equipe a se vacinarem. Hoje, menos da metade dos membros da nossa equipe o fez.”

Casa Branca elogia iniciativa das empresas

As mudanças geraram elogios da Casa Branca. Também na semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, decidiu que todos os servidores federais terão que se imunizar, sob pena de serem isolados em repartições.

"Quero agradecer ao Walmart, Google, Netflix, Disney, Tyson Foods por suas ações recentes exigindo vacinação para os funcionários", disse o presidente Joe Biden em uma coletiva de imprensa na terça-feira.

Biden acrescentou:

"Olha, eu sei que não é fácil, mas vou apoiá-los. Outros se recusaram a avançar. Acho isso decepcionante."

Mas a maioria dos outros grandes empregadores evitou fazer tal exigência. A Amazon, o segundo maior empregador privado do país, não anunciou nenhum plano para exigir os certificados de imunizações, assim como a Apple, que anunciou o adiamento do retorno dos funcionários aos escritórios e da retirada de restrições em suas lojas de setembro para outubro, a fim de planejar melhor as medidas de segurança.

"Estamos trabalhando fortemente para que nossos funcionários sejam vacinados", disse o diretor financeiro da Amazon, Brian Olsavsky, em uma ligação com repórteres na semana passada, “e esperamos que todos sejam vacinados e isso desapareça”, acrescentou.

O coronavírus, no entanto, não mostra sinais de ir embora. Com as taxas de vacinação estagnadas em muitas partes do país e o aumento da variante delta, uma nova onda de infecções está forçando as empresas a agirem.

A resistência aos imunizantes é hoje o principal obstáculo para que os EUA, onde não falta vacinas, deixem de fato a pandemia para trás e possam consolidar sua recuperação.

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