Problemas no fornecimento de matérias-primas e componentes, principalmente semicondutores , estão obrigando fabricantes de produtos tão diferentes quanto TVs, videogames , respiradores hospitalares e automóveis a enfrentar um desafio em comum.
Sem fornecimento regular de peças, eles estão revendo cronogramas de lançamentos, estocando peças e adaptando a produção. E como os insumos, além de demorarem, chegam mais caros, estão reajustando os preços.
Na última sondagem da C onfederação Nacional da Indústria (CNI), mais de 60% dos empresários entrevistados apontaram a falta de insumos e a alta dos custos como os principais problemas que enfrentam. Com a redução da oferta de componentes, os custos estão subindo.
Em 12 meses, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), do IBGE, acumula alta de quase 36%, que já começa a ser repassada para o consumidor. TVs e videogames, por exemplo, subiram só este ano 14,4% e 11,6%, respectivamente.
"Desde último trimestre do ano passado, as sondagens vêm mostrando estoques abaixo do planejado. É um indicador de vulnerabilidade frente a qualquer demanda pontual inesperada. É um sintoma dessa situação", afirma Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o desenvolvimento industrial (Iedi).
Apesar de a escassez atingir matérias-primas de diferentes origens, a questão dos semicondutores é a que mais preocupa.