Madalena, livre após ser escravizada por 38 anos
Reprodução/Uol
Madalena, livre após ser escravizada por 38 anos

Madalena Gordiano  de 47 anos fechou acordo com a família para qual trabalhou por 38 anos em condição análoga à escravidão . No processo, ela cobrava R$ 2.244.078,81 em direitos trabalhistas, por fim, o Tribunal Regional do Trabalho da terceira região em Patos de Minas propôs, nesta terça-feira (13), o valor de R$ 690.100,00 , que foi aceito, segundo informação do UOL.

Com isso, o pagamento será feito por meio da entrega do apartamento em que ela trabalhou, avaliado em R$ 600 mil. Além do imóvel, a mulher também ficará com o carro dos antigos patrões um Hyundai no valor de R$ 70 mil, e mais R$ 20 mil.

O apartamento, no entanto, tem uma dívida embutida de R$ 180 mil. Segundo a defesa de Madalena, este foi o maior acordo na história do MPT-MG sobre relações de trabalho análogos ao escravo.  

Assim que conseguiu sair da casa da família Milagres Rigueira, ela descobriu que cinco empréstimos consignados foram feitos em seu nome, o que resultava em um desconto de R$ 5 mil por mês.

Em junho, os advogados de Madalena conseguiram entrar em acordo com os bancos e os descontos vão cessar. Com isso, ela poderá receber de forma integral a pensão de R$ 8,4 mil . Antes disso, o dinheiro de Madalena ajudou a custear a faculdade de Medicina de outra das filhas do casal.

Relembre o caso

A mulher foi libertada em novembro, após denúncias que levaram a investigação do Ministério do Trabalho e ação da Polícia Federal. Madalena contou ao Fantástico que, aos oito anos de idade, estava com fome e bateu na porta da casa da professora Maria das Graças Milagres Rigueira para pedir um pão. De acordo com o relato da vítima, a resposta que recebeu foi: “ Não vou te dar não. Você vai morar comigo.

Madalena foi tirada da escola e não teve acesso a brincadeiras infantis. “Não brincava. Não tinha nem uma boneca”, disse ela. Depois de alguns anos, ela foi rejeitada pelo marido de Maria das Graças e foi “doada” para Dalton Cesar Milagres Rigueira, também professor universitário.

Na nova casa, a rotina era a mesma. A mulher trabalhava sem folga e começava, geralmente, às 4h da manhã, segundo os vizinhos.

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