O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) desfila por Brasília com uma “ BMW 320i ”, modelo avaliado em R$ 274.950, utilizando parte da sua verba parlamentar. Em abril, a revista Crusoé já havia denunciado a “ extravagância ”, mas nada mudou desde então. À época, fez pouco caso da reportagem: “ meu estilo de vida ”.
Ele é mais um da leva de parlamentares eleitos em 2018 sob a retórica conservadora que levou Jair Bolsonaro à presidência da República. Nos primeiros dois meses de mandato, mesmo sem alugar carro pela Câmara, gastou R$ 2.375,54 com combustível . A partir de março, arrendou um Jeep Compass, mas só por dois meses, totalizando R$ 7 mil.
Provavelmente Bibo não gostou do SUV mais vendido da categoria, e trocou por um Toyota Corolla , sedan com o qual ficou quase um ano (de 21/10/2019 a 30/09/2020). No total, com aluguel do carro japonês foram R$ 44 mil.
Em outubro entra a BMW , que segue fiel com o deputado até hoje, apesar das críticas. Até aqui, foram R$ 31.500 para sustentar o "estilo de vida" de Bibo Nunes. Não satisfeito, desde 11 de março, Bibo aluga também um Ford Spin por R$ 12.824.
Desde que assumiu o mandato foram R$ 95.324,00 despendidos em aluguéis de diferentes veículos, e R$ 80.667,29 com abastecimento, totalizando R$ 175.991,29 . Os dados foram compilados pelo Portal da Transparência da Câmara. Procurada, a assessoria do deputado não atendeu as ligações.
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A marca é paixão antiga
Pelo menos desde 2015 o deputado já demonstra apreço pela montadora alemã. Em um vídeo nas redes sociais, ele propagandeava uma mecânica especializada em BMWs. Na publicação, ele menciona que já teve um modelo, e que o vendeu “ a preço de banana ”.
Não está sozinho
Esse é só um exemplo que corrobora um estudo comparativo apresentado na semana passada num simpósio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Rio, da Câmara dos Deputados e da Universidade de Brasília (UnB). Foram comparados os parlamentos de 34 democracias, dentre elas, o Congresso brasileiro só não é mais caro que o dos Estados Unidos. São R$ 15,4 bilhões anuais, comparados a R$ 24,38 bi do Congresso norte-americano.
No entanto, quando se leva em consideração a participação no PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil fica atrás apenas da Argentina. Nossos parlamentares consomem o equivalente a 0,15% de toda a riqueza produzida no país. Na dianteira, o país vizinho gasta 0,18% do PIB.
O dado mais surpreendente aparece quando a verba por parlamentar é comparada com a renda média nacional. Nesse quesito, o Brasil lidera, aqui, o gasto médio por congressista é 528 vezes o PIB per capita.