O ministro da Economia, Paulo Guedes
, disse que pode rever a proposta de reforma tributária enviada ao Congresso
caso tenha havido " erro na dose
". A ideia inicial eleva o limite de isenção do Imposto de Renda
da Pessoa Físicas (IRPF) de R$ 1.903,98 para R$ 2.500.
"Se tiver erro na dose, vamos consertar, não temos compromisso com erros. Mas a reforma está na direção certa, tributar rendimentos de capital e desonerar empresas e assalariados", declarou o ministro ao G1.
Guedes desde que assumiu a pasta nega que tenha a intenção de elevar a carga tributária, e defende o atual projeto, mesmo admitindo que podem ter ocorrido enganos.
"Nosso objetivo é a neutralidade, desonerar empresas e assalariados para estimular a economia e tributar rendimentos de capital. O Brasil, por exemplo, não tributa distribuição de dividendos, enquanto o mundo todo tributa. Precisamos corrigir isso, abrindo espaço para diminuir o Imposto de Renda das empresas", afirmou.
Especialistas dizem que a reforma proposta isenta as classes mais baixas, mas transmite o balanço para a classe média. Isso porque limita a possibilidade de declaração simplificada. Em alguns casos, o aumento da carga tributária pode ser de até 47% .
"Se realmente ocorreu, temos de consertar também", diz Paulo Guedes.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, é outro que defende uma análise mais profunda do texto. Ele disse que está "fazendo as contas para não errar" ao comentar as críticas de especialistas à proposta do governo.
Ele defende a redução da tributação sobre dividendos de 20% para 15%. Mas, segundo o parlamentar, "o importante é que vamos votar as reformas. Há grandes interesses que começam a tentar barrá-las".
Arthur Lira complementou dizendo que os líderes vão decidir até esta terça-feira (6) se a proposta será votada antes ou depois do recesso, que começa na segunda quinzena de julho.