O Nubank confirmou nesta segunda-feira que a cantora Anitta fará parte de seu conselho de administração . Menos de um mês após receber um aporte de US$ 500 milhões de Warren Buffett e se tornar o quinto banco mais valorizado do país, superando valor de mercado estimado de US$ 30 bilhões, a instituição dá um passo para se aproximar ainda mais de jovens e das classes D e E.
Segundo o banco, Anitta não fara propaganda ou marketing para a instituição: com uma cadeira no conselho, participará de suas reuniões trimestrais e ajudará a pensar em novos produtos e serviços. Aos 29 anos e com fortuna estimada em US$ 100 milhões, a cantora dá seu primeiro passo concreto no mundo das finanças, apesar de sempre ter controlado diretamente sua carreira, sem o uso de profissionais.
"É muito chato e constrangedor não conseguir ter acesso a produtos financeiros. Muita gente na América Latina sempre viveu de emprego informal. Como essas pessoas vão ter histórico de crédito?", disse Anitta, em nota divulgada pelo banco.
A informaçao havia sido antecipada em maio pelo site "Metrópoles", sem confirmação do banco, o que acabou ocorrendo primeiro no jornal "Valor Econômico". Anitta também agrega ao banco por sua exposição internacional, uma vez que o Nubank tamém tem atuação na Colômbia e no México.
"Anitta tem profundo conhecimento do comportamento dos consumidores nesses mercados que tem explorado e tem muita experiência em estratégias de marketing vencedoras. Essas competências foram chave para a convidarmos para o Conselho. Nenhum outro conselheiro possui essa experiência", disse David Vélez, CEO e fundador da empresa, em comunicado.
O Nubank inova em colocar uma artista em seu conselho de administração. O banco também está querendo ampliar a diversificação de sua estrutura com mais mulheres no comando. "Anitta está reinventando a cena cultural nos últimos anos e compartilhamos do mesmo DNA de inovação. Ela levou o funk brasileiro a outro patamar e criou uma marca mundial gigantesca. É uma empresária de sucesso que vai nos ajudar a aprimorar ainda mais os produtos para nossos clientes", afirmou Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, também em nota.
Junqueira, por sua vez, foi acusada de uma fala racista em uma entrevista no ano passado. No Roda Viva, ela afirmou que não dá para “nivelar por baixo”, ao ser questionada sobre uma política afirmativa para candidatos negros. Após repercussão negativa, ela e o banco prometeram uma ação mais efetiva sobre diversidade.
Fontes do mercado esperam para breve o lançamento de ações do banco criado por David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible. Apesar do sucesso da captação, o Nubank ainda dá prejuízo e analistas afirmam que obter a rentabilidade em um banco digital sem tarifas é o grande desafio da instituição.