O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi ouvido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (1º). A reunião teve como objetivo a justificação dos cortes nas universidades públicas, e foi requerida pelos deputados Sâmia Bomfim (Psol-SP), Glauber Braga (Psol-RJ) e Ivan Valente (Psol-SP).
Guedes culpa a política pelos cortes orçamentários. Ele considerou o Orçamento "inexequível", graças ao gasto elevado com emendas parlamentares. "Nós damos uma série de opções de vetos, mas quem decide é a política."
O ministro anunciou ainda que o Ministério da Educação (MEC) terá pelo menos R$ 1 bilhão desbloqueado, dos 2,7 bilhões cortados na aprovação do Orçamento de 2021.
Ele também elogiou o crescimento do PIB de 1,2% no trimestre . "Já estamos sinalizando que após a pandemia, com o avanço da vacinação, é possível que cresçamos a taxas bem maiores."
Segundo ele, as despesas discricionárias estrangulam os recursos e "falta gasolina" para o investimento. "O prolema maior é o "carimbo" dos gastos. A vinculação do Orçamento é um descredenciamento do parlamentar", disse.
O ministro questionou o investimento público no setor, para ele, os gastos não resultam em bons resultados no nível de educação. "De 2008 em diante houve um crescimento muito grande do total de servidores do MEC. Hoje, o ministério tem metade do funcionalismo público federal. Então por que estamos no último lugar do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]?"
Na opinião dos deputados, o Ministério da Educação não gasta uma parcela considerável dos recursos que são assegurados pelo Orçamento, penalizando os investimentos necessários nas universidades públicas. Segundo eles, a educação superior, em 2020, recebeu recursos que correspondiam a 75% da dotação de 2015.