O ministro da Defesa, Walter Braga Netto , disse, nesta quarta-feira (12), em audiência na Câmara, que recomentou que as Forças Armadas supendessem a compra de bebidas alcoólicas . O ministro justificou que a bebida era consumida em confraternizações “depois de uma atividade estressante”.
"Nós já fizemos a recomendação para que isso seja evitado, já foi evitado isso aí, tá? Não vou comentar situações que ocorreram no passado. Agora, tem confraternizações, o pessoal vai para uma atividade estressante, quando eles voltavam era feita uma confraternização. Hoje em dia isso é feito com contribuição de cada um", afirmou Braga Netto.
O ministro foi questionado pelo deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) sobre a necessidade de uso de bebidas em cerimônias em plena pandemia de Covid-19 . Documento do próprio ministério confirmou a compra de 80 mil latas de cervejas de várias marcas.
Em sua defesa, a pasta justificou também que as bebidas eram usadas para temperar alimentos. O caso veio à tona após a repercussão negativa ao gasto de R$ 15 milhões do governo federal com leite condensado. O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação para apurar possíveis irregularidades.
Essa é a terceira participação de Braga Netto em audiências no Congresso em um período de 15 dias. O ministro participou de reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado no dia 29 de abril, e também esteve na Comissão de Relações Exteriores da Câmara no último dia 5.
Desta vez o ministro da Defesa foi convocado, sendo obrigado a comparecer ao colegiado para explicar sobre leitos ociosos de Covid-19 em hospitais militares . O deputado Orlando Silva classificou a convocação como “ato de desagravo” após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), derrubar requerimento semelhante, do mesmo colegiado.