O Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (05) o reajuste em 0,75% da Selic . Essa é a segunda vez consecutiva em que a equipe monetária aumenta a taxa básica de juros , que atinge 3,5% ao ano.
De acordo com especialistas, a decisão do Copom era previsível e reflete as dificuldades econômicas que o país enfrenta em decorrência dos aumentos de casos de Covid-19 . O BC já havia anunciado na última reunião, realizada em março, que estudava o aumento da taxa de juros para os próximos encontros.
O gestor da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, acredita que a decisão foi acertada e deve reduzir os índices de inflação nos próximos meses. No entanto, ele alerta que as autoridades monetárias estão cautelosas sobre o futuro econômico do país.
“As dúvidas do cenário prospectivo ainda sugerem que o tom da autoridade será de cautela, com peso mais elevado nas expectativas para 2022", afirma.
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Mesma opinião tem o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Ele ressalta que a economia do país ainda está aquém de seu potencial.
“De todo modo, continuamos avaliando que o BC reafirmará a intenção de redução parcial do estímulo monetário, uma vez que a atividade econômica (e consequentemente a ociosidade) permanece estruturalmente ruim, aquém de seu potencial”, disse.
Após a redução de estímulos na economia vêm após a necessidade de controlar a inflação em meio à crise econômica provocada pela Covid-19. O impacto a geração de empregos e população provocou uma busca para reanimar a economia do país, seja com redução de juros – para manutenção de empregos – ou pela Selic – objetivada pelo aumento do poder de compra da população.
“Com a piora do cenário sanitário nos primeiros meses do ano, ficou claro que mais estímulos e auxílios (pelo lado monetário) ainda seriam necessários. Assim, a expectativa de que a inflação poderia arrefecer caiu por terra fazendo com que o BC mudasse o tom e antecipasse o processo de normalização da taxa de juros a partir de fevereiro. De lá para cá, a expectativa do mercado foi revisada para cima várias vezes”, explica Vitor Noronha, CEO da K1 Capital Humano.
A previsão é que a Selic encerre o ano entre 5,5% e 6%, as maiores taxas desde outubro de 2019. No entanto, os reajustes na taxa básica de juros vão depender da situação econômica do país nos próximos meses.