O ministro da Economia, Paulo Guedes , afirmou que não é responsável pelo impasse da verba do Censo de 2021, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo ele, o corte no Orçamento 2021 foi feito pelo Congresso para evitar que os pesquisadores transmitissem o novo coronavírus “de casa em casa”.
“Não fomos nós que cortamos o Censo . Quando houve corte no Congresso, a explicação que nos foi dada é de que o isolamento social impediria que as pessoas fossem de casa em casa transmitir o vírus, porque é físico, os pesquisadores vão de casa em casa. Então, me pareceu que essa é uma explicação, vou me informar a respeito”, afirmou em frente ao ministério.
O Orçamento para 2021, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na semana passada, destina R$ 53 milhões para a pesquisa do IBGE. Antes, a verba prevista era de R$ 2 bilhões. O órgão afirma que esse valor é insuficiente para a pesquisa, e inviabiliza, até mesmo, os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022.
A declaração foi dada logo após o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar monocraticamente a realização do censo .
Censo pra quê?
O Censo Populacional do IBGE deve ocorrer a cada dez anos, por lei. O levantamento não é só importante para manter as estatísticas do país em dia, como o número e o perfil da população, mas também é um importante definidor de políticas públicas.
Sem o censo, é impossível determinar a distribuição justa de recursos para cidades e municípios, por exemplo. E além de nortear a gestão das redistribuições do Orçamento Público, o Censo é o único capaz de descrever o Brasil com precisão.
Ainda que universidades públicas e particulares e órgãos independentes se esforcem para produzir dados verdadeiros e utilitários sobre a população, muitos deles se baseiam no Censo IBGE. Fora isso, só o Censo é capaz de abranger todo o território nacional.