O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga , solicitou um crédito extraordinários ao Ministério da Economia para ajudar no combate à Covid-19 . A intensão é destinar a verba para criação de leitos de UTI a ajudar estados e municípios a suprirem necessidades emergenciais.
Em reunião com o ministro Paulo Guedes, Queiroga não entrou em detalhes sobre valores, mas espera receber pelo menos R$ 15 bilhões. Guedes, por sua vez, questiona o novo ministro da Saúde o motivo do crédito, já que o SUS ainda não gastou a totalidade dos R$ 29 bilhões destinados no começo do ano.
De acordo com o Ministério da Saúde, do valor total cerca de R$ 20 bilhões foram empenhados, ou seja, já estão reservados para aquisição de produtos. A maioria deste valor, R$ 17 bilhões, serão destinados para a compra de vacinas e outros R$ 5 bilhões já foram gastos pela pasta.
No entanto, a equipe econômica resiste em liberar mais verba, pois poderá ultrapassar o limite de déficit fiscal para este ano, estipulado em R$ 247,1 bilhões. A preocupação de Guedes é por saber que há pelos menos R$ 10 bilhões destinados para o programa de redução de jornada e salários (BEm) .
Pressão de estados e municípios
Em meio ao aumento de casos, internações e mortes por Covid-19, estados e municípios cobram o Ministério da Saúde investimentos para aumentar a capacidade hospitalar e contratar profissionais.
Há membros de prefeituras e governos estaduais que foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir mais atenção do SUS no pagamento de diárias dos hospitais.
Embora a verba pedida a Paulo Guedes seja destinada para criação de leitos de UTI, Queiroga cogita destinar uma parte dos recursos na contratação de médicos e enfermeiros, uma das demandas dos setores de saúde. Devido à superlotação nos hospitais e o trabalho excessivo, alguns profissionais preferiram se afastar, enquanto outros passaram a sofrer com a Síndrome de Burnout.