O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na tarde desta quarta-feira (07) que o governo federal fará o possível para privatizar parte das estatais listadas no programa de concessão. A declaração aconteceu na inauguração das obras no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Bolsonaro aproveitou o evento para justificar a importância da iniciativa privada ao exemplificar a internacionalização do aeroporto de Foz do Iguaçu.
“Como disse aqui, não teríamos recurso para investir mais pelo Brasil se não passarmos para privatizar a administração desses aeroportos e portos”, disse.
“Todas as estatais são importantes. O que nós pudermos fazer para privatizar parte das estatais, nós faremos”, concluiu Bolsonaro.
O evento também marcou a troca na presidência da Usina Binacional Hidrelétrica de Itaipu . O ex-presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, passará para o comando da Petrobras e deixará o cargo para João Francisco Ferreira.
Criticas a governadores
Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas restritivas de isolamento e lockdown adotados por governadores e prefeitos após o avanço da Covid-19 no país. Um dia após o país registrar recorde de mortes em 24 horas, com mais de 4 mil óbitos , Bolsonaro afirmou que as políticas de isolamento estão “empobrecendo” o país.
O presidente afirmou que lamenta as mortes, mas vê a falta de “humanidade” por parte dos poderes executivos municipais e estaduais.
“Essa política de ‘fica em casa’, de tirar emprego dos outros, de fechar o comércio, estar empobrecendo o nosso país. Sabemos o problema do vírus, mas sabemos também o problema e o desemprego”, criticou.
“Imagine os senhores estando desempregado, não podendo levar o pão para casa, para os teus filhos, como estaria a vida de vocês? Realmente está faltando um pouco de humanidade, por parte de muitos governadores e prefeitos do Brasil, nessa questão da pandemia”, completou Bolsonaro.
Mais cedo, em visita a cidade de Chapecó (SC), o presidente ressaltou ser contra as restrições e rechaçou a possibilidade de decretar lockdown nacional.
"Que eu nunca fui favorável a ela, a não ser em uma emergência, a não ser, naquele momento, para você preparar as suas unidades de saúde. Lamentavelmente, isso continua valendo. Quem abre mão de um milímetro a sua liberdade, em troca de segurança, está condenada no futuro, não tem segurança e não tem a liberdade", disse.
"Estou me lixando para [as eleições de] vinte e dois. Vai ter uma pancada de candidato ainda. Seria muito mais fácil a gente ficar quieto, se acomodar, não nesse assunto ou atender, como alguns querem, que da minha parte, que eu posso fazer um lockdown nacional. Não vai ter nacional", concluiu.