Os consumidores que dependem de medicamentos de uso contínuo já começaram a sentir no bolso o aumento de até 10,08% no preços dos remédios , autorizado pelo governo federal. É o maior reajuste desde 2016, e representa o dobro do praticado no ano passado.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) alerta que o aumento sentido pelos consumidores nas farmácias pode ser ainda maior, já que há uma grande diferença entre os preços máximos estipulados pelo governo e os valores no varejo. Por isso, recomenda que os compradores façam uma grande pesquisa de preços e peçam a quantidade exata ou mais próxima da dosagem necessária do medicamento na farmácia.
"A tabela da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) é uma ficção porque o preço estabelecido logo na chegada de um novo produto farmacêutico ao país é artificialmente alto. Na prática, isso significa que o preço que pagamos na farmácia depende dos supostos descontos aplicados pelas empresas, e isso faz com que os valores possam variar duas, três ou quatro vezes e, ainda assim, estar dentro dos limites da regulação", explica Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec.
Para Vivian Almeida, economista e professora do Ibmec RJ, maior custo para pacientes de medicação regular pode, até mesmo, inviabilizar o tratamento:
"As pessoas que não têm acesso à saúde vão postergando os medicamentos e as idas ao médico. Quando chegam ao hospital, o tratamento já é muito mais complexo e caro".
Os medicamentos com reajustes mais altos (10,08%) foram os que têm maior concorrência de genéricos como omeprazol (gastrite e úlcera) e amoxicilina (antibiótico para infecções urinárias e respiratórias). Outro grupo, cujos concorrentes genéricos têm de 15% a 20% do mercado, pode subir até 8,44%, como lidocaína (anestésico local) e nistatina (antifúngico). A terceira faixa de mercado terá aumento de 6,79%, como a ritalina (tratamento do deficit de atenção e hiperatividade) e a stelara (psoríase).
Confira dicas para economizar
Rede pública:
Tente buscar medicamentos na própria rede pública .
Unidades básicas:
Um dos caminhos é procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Para isso, é preciso ter uma receita emitida pelo SUS.
Farmácia popular:
Verifique os preços nas redes conveniadas ao programa Farmácia Popular .
Laboratórios:
Procure os programas de descontos dos laboratórios , que ofereceram descontos de até 90%. É preciso fazer cadastro no site do laboratório, informando nome completo, CPF e outros dados pessoais.
Genéricos:
Pergunte ao farmacêutico se há opção de genérico para o medicamento que você necessita. Eles são seguros, possuem autorização da Anvisa e em geral custam mais barato
Quantidade:
Peça ao farmacêutico a quantidade exata de comprimidos e dosagem que você vai precisar.
Comparação:
Pesquise os preços em várias farmácias. Algumas oferecem programas de descontos.