Em 2020, ano marcado pela chegada e ampla disseminação do novo coronavírus no Brasil, o mercado de trabalho sofreu retração histórica, levando o país a um recorde de desemprego
. Ao todo, 20 estados viram o índice que mede a desocupação subir a níveis nunca vistos na série da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
, e as maiores vítimas do desemprego, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (10), são mulheres e negros, e a região mais afetada é o Nordeste.
A taxa média geral de desemprego no Brasil em 2020 foi de 13,5%. Entre as mulheres, o dado sobe a 16,4% (contra 11,9% entre os homens); entre os negros, atinge 17,2% (contra 15,8% dos que se dizem pardos e 11,5% entre os que se declaram brancos); e, na região Nordeste, há os três únicos estados em que a taxa supera os 18% - Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%) e Sergipe (18,4%).
Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%) tiveram os menores índices de desemprego em todo o Brasil. A região Sul foi a menos afetada. No sudeste, o Rio de Janeiro se destaca negativamente, com a quarta taxa mais alta do País, 17,4%. Em São Paulo, os desempregados eram 13,9% ao final de 2020.
Ao todo, o Brasil tinha 13,9 milhões de dempregados em 2020, dos quais 7,3 milhões eram mulheres; 6,9 milhões se declaravam pardas e 1,66 mihões pretas.
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Idade e escolaridade
Os mais jovens e com menos estudo foram os mais afetados pelo desemprego no ano marcado pela pandemia. Entre os que estavam sem emprego:
- 4,919 milhões tinham entre 14 e 24 anos;
- 4,911 milhões tinham de 25 a 39 anos;
- 3,7 milhões tinham de 50 a 59 anos; e
- 393 mil tinham 60 anos ou mais.
Quanto maior a escolaridade, menor a chance de ficar sem emprego:
- Até o ensino médio incompleto: 5,659 milhões de desempregados;
- Ensino médio completo: 5,563 milhões de desempregados;
- Superior incompleto: 1,143 milhão de desempregados; e
- Superior completo: 1,560 milhão de desempregados.
Mulheres ganham menos do que os homens
No 4º e último trimestre de 2020, o rendimento mensal médio de todos os trabalhos no Brasil foi de R$ 2.398, média que sobe para R$ 2.654 entre os homens e cai para R$ 2.062 no caso das mulheres. De acordo com o IBGE, portanto, as mulheres recebiam 14% abaixo da média nacional e 22,3% menos que os homens.