O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou nesta quinta-feira (11) o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), considerado a inflação
oficial do país, ficou em 0,86%
em fevereiro. No mês de janeiro, o índice sofreu uma leve retração, registrando alta de 0,25%
em comparação ao aumento de 1,35% em dezembro
. Esté o maior salto no mês de fevereiro
desde 2016
, quando ficou em 0,9%.
A expectativa dos analistas era de 0,7% para o mês. Sendo assim, aumentam as possibilidades de o Banco Central interferir diretamente na taxa básica de juros (Selic), principal mecanismo de contenção da alta nos preços.
Para Matheus Jaconeli, Economista da Nova Futura Investimentos, a expectativa é que o IPCA tenha uma alta anual em torno de 5,05% e, no mês de fevereiro, o avanço pode ficar por volta de 0,70%. “Esse avanço nos preços se deve, em grande medida, por conta da alta dos ciclos das commodities e alta nos preços dos combustíveis . Assim, mesmo com a atividade econômica fraca, a elevação dos preços contribuirá para que o Banco Central considere a elevação da taxa de juros antes do que se esperava a fim de manter o nível de preços", explica.
A inflação foi puxada especialmente pelos combustíveis. A gasolina subiu 7,11%, o etanol 8,06%, o diesel 5,4% e o GNV (gás veicular) 0,69% só neste mês. Com isso, o setor de transportes também registrou forte alta, 2,28%. Confira todos os setores:
- Alimentação e bebidas: 0,27%
- Habitação: 0,40%
- Artigos de residência: 0,66%
- Vestuário: 0,38%
- Transportes: 2,28%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,6%
- Despesas pessoais: 0,17%
- Educação: 2,48%
- Comunicação: -0,13%
Apesar da retração em comparação com o mês passado nos setores de alimentação e bebidas, os transportes e a educação compensaram e mantiveram o índice geral em alta.
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Segundo Fernando Scofano, Consultor de Valores Mobiliários da K1 Capital Humano “A bandeira amarela na energia elétrica e os reajustes na educação também contribuem para essa expectativa. O aumento nas commodities e nos bens industriais junto com a desvalorização do real formam uma tendência de alta no IPCA. Desta forma, acredito que esse cenário é um fator que influenciará a favor de uma alta na meta da Selic para 2,50% na próxima reunião do Copom, apesar das preocupações com o enfraquecimento da atividade econômica”, afirma.