Bolsonaro sugere que Brasil pode estar sendo forçado a importar diesel; entenda
Presidente prometeu apurar se há "algum interesse" forçando o país a importar, o que encarece o produto em solo nacional
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (3) que está investigando se há "algum interesse" que faça com que o Brasil refine menos petróleo , para que tenha que importar mais óleo diesel, o que encareceria o preço do combustível no Brasil.
A declaração foi feita após uma reunião com embaixadores de países do Golfo Pérsico, na residência do embaixador do Kuwait em Brasília. Bolsonaro relatou que um dos embaixadores presentes citou que uma refinaria do seu país opera abaixo da sua capacidade e disse que isso pode ocorrer no Brasil.
"Tem uma refinaria, de um dos embaixadores, do país dele, que está operando com 70% apenas da capacidade. Lamento informar, mas parece que nós poderíamos estar refinando mais. E há algum interesse, estamos apurando se isso é verdadeiro ou não, em refinar menos para nos obrigar a importar óleo diesel , o que encarece o produto final aqui no Brasil".
Apesar do Brasil produzir mais petróleo que consome, a maior parte desse óleo não pode ser refinado no Brasil. O parque nacional de refino é antigo e não suporta grande parte do petróleo que é extraído no país hoje.
O presidente também disse que foi relatado a ele na reunião desta quarta de que pode haver uma alta no preço do petróleo nas próximas semanas e disse que isso reforça a necessidade de trocar o comando da Petrobras .
"A notícia não muito boa, que falei sobre petróleo, obviamente, eles acham que o preço ainda não está muito adequado. Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas. Isso complica para a gente. Isso reforça nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras porque nós queremos não interferir, como nunca interferimos, isso nunca existiu".
De acordo com Bolsonaro, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, indicado por ele para comandar a Petrobras , pode atuar em parceria com outros órgãos, como a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ou o Inmetro, para combater fraudes e carteis.
"Não falei "desfaz (o aumento) na semana que vem". Agora, a Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, adulteração de combustível e na questão de diversificarmos o máximo possível a questão das refinarias", listou.
Questionado sobre a saída de quatro membros do Conselho de Administração da Petrobras, Bolsonaro respondeu que "talvez" seja um ato de solidariedade em relação ao atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco , mas voltou a defender Silva e Luna.
"Conversei rapidamente com o Bento hoje, resolveram sair talvez por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado. Ele preenche todos os pré-requisitos".