"Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo", diz Bolsonaro

Presidente diz que país poderia aumentar capacidade de refino, voltou a se queixar de preços de combustíveis e disse que irá investigar se há interesses para forçar Brasil a importar óleo diesel

Foto: Alessandra Nogueira
Bolsonaro afirmou que irá investigar interesses de outros países em forçar Brasil a importar óleo diesel

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (03) que está investigando se há "algum interesse" que faça com que o Brasil refine menos petróleo, para que tenha que importar mais óleo diesel, o que encareceria o preço do combustível no Brasil.

A declaração foi feita após uma reunião com embaixadores de países do Golfo Pérsico , na residência do embaixador do Kuwait em Brasília. Bolsonaro relatou que um dos embaixadores presentes relatou que uma refinaria do seu país opera abaixo da sua capacidade e disse que isso pode ocorrer no Brasil.

"Tem uma refinaria, de um dos embaixadores, do país dele, que está operando com 70% apenas da capacidade. Lamento informar, mas parece que nós poderíamos estar refinando mais. E há algum interesse, estamos apurando se isso é verdadeiro ou não, em refinar menos para nos obrigar a importar óleo diesel, o que encarece o produto final aqui no Brasil", afirmou.  

Apesar do Brasil produzir mais petróleo que consome, a maior parte desse óleo não pode ser refinado no Brasil. O parque nacional de refino é antigo e não suporta grande parte do petróleo que é extraído no país hoje.

O presidente também disse que foi relatado a ele na reunião desta quarta de que pode haver uma alta no preço do petróleo nas próximas semanas e disse que isso reforça a necessidade de trocar o comando da Petrobras. 

"A notícia não muito boa, que falei sobre petróleo, obviamente, eles acham que o preço ainda não está muito adequado. Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas. Isso complica para a gente. Isso reforça nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras porque nós queremos não interferir, como nunca interferimos, isso nunca existiu", disse Bolsonaro.

De acordo com Bolsonaro, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, indicado por ele para comandar a Petrobras , pode atuar em parceria com outros órgãos, como a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ou o Inmetro , para combater fraudes e carteis.

"Não falei 'desfaz (o aumento) na semana que vem'. Agora, a Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, adulteração de combustível e na questão de diversificarmos o máximo possível a questão das refinarias", completou o presidente.