O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar interferência do Governo Federal na troca de comando na Petrobras , anunciada na última sexta-feira (19). Em reunião com prefeitos na tarde desta terça-feira (23), Bolsonaro afirmou que não há briga com estatal e justificou a troca no comando da empresa com o fim do mandato de Roberto Castello Branco, que terminará em março.
“Você tem um prazo para acabar o mandato, que ele seja reconduzido, ou outro seja colocado em seu lugar. Saiu um bom gestor e está entrando outro excelente gestor. No caso [Joaquim] Silva e Luna”, disse.
“Não temos briga com a Petrobras. Nós queremos sim, que cada vez mais, ela possa nos dar transparência e previsibilidade. Não precisamos esconder reajustes”, completou Bolsonaro.
Durante o encontro, Bolsonaro elogiou o trabalho de Joaquim Silva e Luna, indicado para assumir a Petrobras, na presidência da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
“Quantos de nós não queríamos ter Silva e Luna no comando da sua estatal”, disse se referindo as obras de pontes na fronteira com o Paraguai.
Interferência na Petrobras
Na última sexta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro anunciou a troca de Roberto Castello Branco por Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. A ação foi considerada pelo mercado financeiro e especialistas como tentativa de interferência de Bolsonaro nas decisões da empresa.
O anúncio provocou reação negativa na Bolsa de Valores na segunda-feira (22) e as ações da estatal caíram 21%. No entanto, a situação foi controlada nesta terça-feira.
Bolsonaro afirmou que discorda da política de preços da Petrobras, que reajusta os preços quinzenalmente, medida apoiada pelo próprio presidente durante a campanha eleitoral. Na semana passada, o Palácio do Planalto anunciou a intenção de zerar o PIS/Cofins para diesel e reduzir o imposto para o gás de cozinha .