Petrobras vendeu refinaria na Bahia por metade do preço, diz estudo
Arquivo/Agência O Globo
Petrobras vendeu refinaria na Bahia por metade do preço, diz estudo

Análise realizada pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa os trabalhadores, aponta que a Petrobras negociou a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, pela metade do preço de mercado.

De acordo com o Ineep, a refinaria está avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões e, na semana passada, a Petrobras anunciou que o grupo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, venceu a disputa pela Rlam com oferta de US$ 1,65 bilhão.

Segundo a estatal, a negociação da refinaria com o grupo dos Emirados Árabes foi realizada a partir de uma faixa de valores, que considera características técnicas, de produtividade e potencial da Rlam , além de cenários corporativos para planejamento.

A Petrobras diz ainda que todo o processo de venda é auditado por órgãos de fiscalização , e que a negociação só é concluída "após aprovação das instâncias competentes".

As estatísticas levadas em conta pelo Ineep para avaliar o preço da refinaria na Bahia tem como base o fluxo de caixa da Rlam. A partir dos resultados, os pesquisadores projetaram as receitas e despesas para os próximos anos.

"Estimar a receita é simples, mas, para a despesa, não há um indicador específico. Ela depende, por exemplo, do regime de contratação de trabalhadores, de medidas de redução de custos etc.", explicou ao UOL Rodrigo Leão, coordenador técnico do Ineep e pesquisador visitante da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Por conta disso, o Ineep elaborou três cenários, em que o preço da refinaria seria de US$ 3,12 bilhões; US$ 3,52 bilhões ou US$ 3,92 bilhões, sempre muito acima do valor pela qual a Rlam foi negociada.

A operação de venda, entretanto, ainda precisa ser aprovada no Conselho de Administração da Petrobras e submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo a empresa. Nesta semana, a negociação, ainda em fase de conclusão, já gerou protestos de trabalhadores. A FUP, inclusive, promete greve em São Francisco do Conde, na Bahia.

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