Em entrevista gravada na sexta-feira (29), mas veiculada somente nesta terça (2), o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirmou que o endividamento público
brasileiro para conter a pandemia de cAvid-19 superou o de todos os outros países emergentes, e um novo regime de austeridade combinada com vacinação em massa
é a única saída para esse cenário.
Por isso, o país deve contar com a aprovação de reformas econômicas no Congresso para sustentar novos programas sociais. Na avaliação de Campos Neto, o governo está próximo de colocar uma parte da agenda econômica em votação no Congresso.
"O que temos de fazer é passar as reformas para sustentar a dívida, atingir um equilíbrio e conseguir credibilidade. E para conseguir credibilidade, temos de dizer às pessoas que fizemos um desvio, mas que somos sérios com relação à convergência fiscal. Ser sério com relação à convergência fiscal envolve outras reformas", afirmou.
A agenda econômica do governo é composta, basicamente, pelas propostas de emenda à Constituição ( PECs ) da emergência fiscal e do pacto federativo, além das reformas administrativa e tributária que já foram propostas no primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Na videoconferência, o presidente do BC demonstrou confiança na vacinação como saída da pandemia, e enfatizou que um novo programa social só será viável, ou necessária, mediante a aprovação das reformas e eventuais falhas ou atrasos na imunização.
"Olhando para os mercados e como a economia reage, as pessoas estão olhando mais agora em como vai ser o processo de vacinação, do que qualquer outra coisa. Mais do que se precisamos de mais estímulos", disse.