O novo presidente da Câmara dos Deputados , Arthur Lira (Progressistas-AL) , prometeu pautar a reforma administrativa até junho deste ano. A informação é do jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no Jornal O Globo .
De acordo com o jornalista, Lira havia prometido ao Palácio do Planalto em votar três projetos e reformas importantes para o governo federal. Para a Presidência da República, o acordo com o deputado do Progressistas é um aceno para enfraquecer Rodrigo Maia (DEM-RJ) , que não pautou as propostas de interesse da cúpula de Jair Bolsonaro .
No entanto, há quem acredita que a promessa não deva sair do papel. O professor de relações internacionais do Ibmec-SP, Marcelo Suano, afirma que o grupo de Lira tem interesses na divisão do Ministério da Economia e a iniciativa pode atrapalhar os planos do Planalto .
"O grupo do Lira quer derreter a [pasta da] Economia para indicar cargos no Governo. Inclusive isso deve ser um dos motivos para o desembarque futuro do deputado a favor de Bolsonaro", afirma.
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"Embora seja favorável ao governo, as negociações entre ele e o Governo Federal serão fundamentais para a manutenção do apoio na Câmara. O Governo quer aprovar reformas, mas isso terá um custo", ressalta o especialista.
O professor concorda com a preferência pela reforma administrativa, mas lembra que a aprovação da medida fará com que o Governo Federal feche cargos, o que não interessa à Câmara dos Deputados.
"Reforma administrativa é retirada de cargos, por isso, acredito que Lira dará preferência para a reforma tributária. Ele não vai querer rever e retirar cargos", lembra.
Em fevereiro, a Câmara deve se dedicar a aprovação do Orçamento de 2021 , não votada no ano passado em decorrência da pandemia de Covid-19 . Além da divisão dos gastos do Governo Federal, a Lei Orçamentária Anual prevê as emendas parlamentares, o que interessa aos eleitores de Lira, após a promessa de Bolsonaro em distribuir R$ 3 bilhões de verba extra para os redutos eleitorais dos deputados.
O auxílio emergencial também deve ser discutido nas próximas semanas. O presidente da Câmara se colocou favorável à prorrogação do benefício, mas a discussão depende da aprovação da LOA.