Nesta quarta-feira (27), o presidente da República Jair Bolsonaro compareceu a uma reunião na sede do Ministério da Economia. Depois de deliberar com os membros da pasta, Bolsonaro pediu que os caminhoneiros não parem na próxima segunda-feira (2), quando acontecerá uma greve geral em todo o país.
A reunião não estava na agenda nem do chefe do Poder Executivo, nem do ministro da Economia, Paulo Guedes. O tema central do encontro foi a compensação aos caminhoneiros pelo aumento nos preços dos combustíveis. Nas últimas semanas, o Governo Federal tentou outras barganhas com a classe para evitar as paralizações, mas sem efeito.
O Presidente confirmou a intenção do governo de diminuir a tributação do óleo diesel, cuja elevação do preço é uma das reivindicações dos grevistas. Bolsonaro disse estar estudando a redução do PIS/Confins, mas ressaltou que “não é uma conta fácil de ser feita”.
“Estamos buscando alternativas, mas não são fáceis. Agora, reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve. Todos nós vamos perder, todos sem exceção”, disse o presidente.
Ainda assim, Bolsonaro disse que não pode interferir na Petrobrás, apenas nas tributações do governo. A fala faz jus aos reajustes anunciados pela estatal. “Atualmente 33 centavos do litro do diesel vão para PIS/Cofins, é isso que nós buscamos diminuir”, pontuou.
Manobras econômicas.
Segundo Bolsonaro, o preço na refinaria está “razoável”, mas o preço dos combustíveis passa por várias taxações a nível federal, estadual e municial até chegar na bomba do posto. Um desses é o ICMS, “que é o imposto que é o mais caro que tem de combustível no Brasil”, além da margem de lucro e de monopólios.
“Para cada centavo no preço do diesel, que porventura queremos diminuir no caso do PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões”.
Bolsonaro apoiou a primeira greve dos caminhoneiros, em 2018, quando concorria à presidência. Os manifestantes cobram as promessas de campanha do então candidato.