De janeiro a novembro de 2020, a rede de livrarias Saraiva fechou 36 lojas, de acordo com relatório da consultoria RV3, responsável pr administrar o processo de recuperação judicial da empresa. De todas as filiais fechadas, cinco encerraram as atividades no mês de novembro.
Esse número mostra uma queda de 50% para a rede, que começou com 73 livrarias em 2020.
O balanço, divulgado no início de 2021, mostra também um prejuízo de R$ 4,9 milhões para a Saraiva em novembro do ano passado. Mesmo que negativo, o valor do déficit é 63% menor do que o contabilizado no mesmo mês em 2019, que foi de R$ 13,25 milhões.
Procurada por email e telefone ao longo desta semana pelo “O Tempo”, a Saraiva não comentou os dados.
A livraria está em processo de recuperação judicial desde novembro de 2018, para tentar pagar as dívidas que, hoje, totalizam R$ 292,5 milhões, segundo o último balanço divulgado. Assim, a empresa espera evitar chegar no estágio de decretar falência.
Entretanto, a situação financeira da rede foi agravada com a da pandemia de Covid-19 . Tanto a Saraiva quanto a Livraria Cultura, que passa por situação parecida de recuperação, enfrentaram quedas de faturamento e precisaram fechar várias filiais.
Em abril de 2020, a Saraiva demitiu 500 funcionários, depois de negociações com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que vinham acontecendo desde antes da chegada da doença.
No entanto, o cenário de perdas não é o mesmo do que o enfrentado pelo restante do mercado editorial que,mesmo com altos e baixos, encerrou o ano com resultados melhores do que em 2019.
Com maiores ganhos – muito graças às vendas online – alguns livreiros puderam abrir estabelecimentos próprios pela primeira vez. Redes maiores, como a Leitura , que hoje é a maior do setor, também inauguraram novas unidades.
A Leitura terminou o último ano com 79 lojas no Brasil e sete na capital paulista.