Pandemia desafia economia: Brasil sofre com desemprego e alta nos preços em 2020

Retrospectiva 2020: número de desocupados atingiu a marca de 14% em tempos que a alta produtos básicos também foi protagonista

Retrospectiva 2020
Foto: Arte iG
Retrospectiva 2020

Em 2020, a pandemia de Covid-19 assolou o planeta e provocou efeitos irreparáveis a curto prazo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) , a crise econômica que atingiu o país causou desemprego, atingindo a maior taxa desde o início da série histórica, iniciada em 2012, e alta nos preços de produtos básicos, como o arroz .

Nem o auxílio emergencial e as tratativas para diminuir os colapsos econômicos foram capazes de evitar dados negativos na economia e o crescimento na taxa de desocupados. 

Neste capítulo da retrospectiva 2020  iG relembra os efeitos da Covid-19  no cotidiano dos brasileiros e faz uma reflexão sobre o que pode ser feito para mudar os rumos em 2021.

Desemprego

Foto: Agência Brasil
De acordo com o IBGE, 14,1 milhões de brasileiros estão fora do mercado de trabalho

Em março, quando foi anunciado as primeiras medidas de restrição para combater a Covid-19, a geração de empregos ainda respondia positivamente - após o crescimento nas vendas no fim do ano de 2019. Entretanto, o fechamento do comércio provocou crise nas empresas, sendo algumas obrigadas a fecharem as portas , enquanto outras buscavam alternativas para diminuir os custos. Dentre as medidas prioritárias, a demissão de funcionários .

Um levantamento feito pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostra que no primeiro trimestre de 2020, a taxa de desempregados no Brasil era de 12,2% , com cerca de 12,9 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Já no terceiro trimestre, o número subiu para 14,1 milhões de desempregados , representado 14,6% da população apta para trabalhar, índice recorde desde o início da série histórica, iniciada em 2012.

Em apenas três meses, segundo o IBGE, cerca de 1,6 milhão de vagas foram fechadas no país.

Os dados contrastam as informações passadas pelo Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) , que apontou crescimento nas vagas de emprego ofertadas no país. Segundo a pesquisa do Ministério da Economia , o país deve fechar o ano com saldo 229 mil novas oportunidades de trabalho.

As mulheres são maioria na busca por emprego no país, com 16% fora do mercado de trabalho. Pretos (19,1%) e pardos (16,5%) também representam maioria entre os desocupados.

Especialistas ouvidos pelo  iG acreditam que 2021 poderá ser promissor a depender da aprovação de uma vacina contra a Covid-19. Para o Governo Federal, o país deve crescer 3,2% no próximo ano.  

Preços nas alturas

Foto: Ana Branco/Agência O Globo
Preços do arroz, batata e óleo de soja dispararam em 2020

A crise econômica em meio a pandemia provocou alta na inflação brasileira em 2020. Na prévia apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) , a expectativa é que o IPCA-15, índice que mede a inflação do país, fique em 4,23% , acima do centro da meta estipulada pelo Ministério da Economia.

Com a inflação alta, provocada, principalmente, pela pandemia de Covid-19, os preços dos alimentos dispararam no país . De acordo com o levantamento, a alta, até o momento, é 15,94% .

E isso foi sentido no bolso do consumidor, que passou pelas prateleiras dos supermercados e se espantou com o valor do arroz , que subiu 69,5%, das carnes , com alta de 13,9%, além do tomate (76,51%) e o óleo de soja (94,1%).

O setor de transportes também foi afetado pela crise econômica. Nos postos de combustíveis, os motoristas tentaram economizar ao máximo, entretanto, os reajustes nos preços da gasolina e do etanol  foram crescendo no decorrer de 2020.

Em novembro, a gasolina subiu 1,64% , acumulando o sexto mês consecutivo de crescimento. Já o etanol, disparou 9,23% e impulsionou os dados de crescimento nos valores dos combustíveis (2,44%).

Vale lembrar, que os dados de dezembro e do consolidado do último trimestre de 2020 devem ser divulgados pelo instituto somente na segunda quinzena de janeiro.