Arroz, gás de cozinha, gasolina: os preços que subiram muito com a crise de 2020
Retrospectiva 2020: ano foi marcado por variações causadas pela pandemia de Covid-19
O ano de 2020 foi marcado por um período de crise econômica por causa da pandemia do novo coronavírus. Com muitos trabalhadores tendo expedientes e salários reduzidos, os consumidores passaram a ter dificuldades. E não só as pessoas passaram a ter menos para gastar: alguns produtos se tornaram mais caros durante o ano. Relembre:
Arroz
Possivelmente o mais comentado dos aumentos. O preço médio do arroz subiu 57,4% entre novembro de 2019 e outubro deste ano, de acordo com pesquisas do Mercado Mineiro e do app Com Oferta. Em 2020, até setembro, o preço aumentou cerca de 23% . Em setembro, 5 kg do arroz tipo 1 custava R$ 41,10 .
Caio Coimbra, analista de agronegócios da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), explicou, em entrevista ao Estado de Minas, os motivos para o aumento. "O isolamento social fez com que a demanda pelo arroz aumentasse, já que é um alimento que comemos em casa. Maior demanda, maior o preço".
O analista também comenta sobre o dólar como um fator, pois ess contribui para fomentar a exportação, o que também provoca aumento dos preços. "Além da demanda aquecida do mercado externo, a alta do dólar e de todas as moedas fortes durante o momento de insegurança em todo o mundo fez com que a exportação se tornasse uma opção mais vantajosa para os produtores", explica Coimbra.
Ele ainda afirma que questões climáticas foram outro fator, uma vez que " problemas climáticos que afetaram regiões da Ásia, que são grandes consumidores do arroz e reduziram a produção".
Álcool em gel
Outro aumento súbito de preços memorável em 2020 foi o do álcool em gel . No início da pandemia, com muito medo e pouca informação, muitos correram desesperadamente para as farmácias em busca de quantidades exorbitantes de álcool em gel. Não demorou muito para que a lei da oferta e da demanda fosse aplicada, com mais gente procurando, o preço ficou mais alto.
Assim, em pouco tempo, farmácias do Brasil todo começaram a relatar a falta do produto e, quando em estoque, os preços eram acima do comum. Em 11 de março, quando apenas 46 casos haviam sido confirmados no estado de São Paulo, a revista Veja entrou em contato com 15 farmácias da capital, e apenas duas tinham o produto disponível.
Em um levantamento feito pela Agência Mural, de 88 farmácias visitadas na Grande São Paulo, apenas 13 ainda possuiam estoque de álcool em gel . Quando disponível, um enorme problema aparecia, o preço. Frascos de 60 ml por R$ 7,00, embalagens de 500ml por até R$ 25,00 em alguns estabelecimentos, entre outras precificação acima do comum.
Com a tranquilização da pandemia , a maior quantidade de informações, maior tempo, pessoas ficando mais em casa e menos pânico ou desespero, o preço voltou a se normalizar e o produto passou a ser mais presente nas prateleiras das farmácias do Brasil.
Gás de cozinha
Um dos produtos que sofreu ajustes durante todo o ano foi o gás de cozinha , o GLP. O último aumento foi no dia 3 de dezembro, quando a Petrobras subiu o preço em 5% para as distribuidoras. Um mês antes, em novembro, outro aumentos de 5% já havia sido aplicado.
No ano, o GLP acumula alta de 21,9% nas refinarias, responsáveis por vender o combustível para as distribuidoras. De acordo com a Petrobras , com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana final do mês de novembro, a parcela da companhia correspondia a 43% do preço final ao consumidor. Os outros 57% são correspondentes ao restante da cadeia, composta por distribuidores e revendedores, além de impostos.
A Petrobras informou que a fixação dos preços do gás de cozinha em suas refinarias “segue a dinâmica de commodities em economias abertas”.
Isso significa que o preço do combustível no mercado internacional, somado aos custos de importação do GLP, é a base do preço para o produto, considerando também a logística de transporte.
Gasolina
E, tratando-se de combustíveis, este foi outro produto de grande valorização em 2020. De maio a dezembro deste ano, o acúmulo no aumento do preço da gasolina foi de 17%, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL).
O maior preço foi registrado na região Centro-Oeste, onde a gasolina foi comercializada a R$ 4,76 o litro . O valor mais baixo foi na região Sul, com R$ 4,47, em média.
"Dentro do território brasileiro, a gasolina chegou a variar quase 7% nos primeiros quinze dias de dezembro, e a tendência é de aumento nessa diferença até o final deste ano", disse Douglas Pina, Head de Mercado Urbano da Edenred Brasil.