Mais cruel para mulheres e negros, desemprego sobe em 12 estados no 1º trimestre
Índice superou os 15% em sete locais com os efeitos da pandemia de Covid-19; jovens, mulheres e negros sofrem mais com falta de trabalho
Por Agência O Globo |
O desemprego aumentou em 12 estados brasileiros no primeiro trimestre deste ano, já como efeito da quarentena imposta para combater o novo coronavírus (Sars-Cov-2), de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), divulgada pelo IBGE, a maior taxa foi a da Bahia, que registrou desemprego de 18,7%, alta significativa frente aos 16,4% do último trimestre de 2019. Em sete estados, o índice superou 15%.
No Rio de Janeiro, a taxa subiu para 14,5%, bem acima dos 13,7% do trimestre anterior. Em meados de março, vários estados brasileiros já estavam adotando a quarentena .
No país, a taxa de desemprego alcançou 12,2%, depois de ter fechado o ano em 11%. São 12,9 milhões de brasileiros desempregados, 1,2 milhão de brasileiros a mais que no trimestre encerrado em dezembro .
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Os jovens, as mulheres e os negros foram os que mais sofreram no primeiro trimestre. A taxa de desocupação das mulheres foi de 14,5% contra 10,4% dos homens. Na faixa etária de 18 a 24 anos, o desemprego subiu de 23,8% para 27,1%. Enquantos os pretos viram o desemprego ficar em 15,2%, os brancos ainda estão com taxa de um dígito, 9,8%.
Os efeitos da paralisação forçada foram sentidos em todos setores pesquisados. Em nove deles, houve dispensa de trabalhadores. Áreas como comércio , alimentação e alojamento, serviços domésticos e outros serviços, como cabeleireiro e manicure, apresentaram retração recorde na série histórica, iniciada em 2012.
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Cerca de 2,3 milhões de trabalhadores perderam o emprego no trimestre, sem que todos conseguissem retornar ao mercado para buscar novas vagas. Com a pandemia, a procura por vaga, que caracteriza o desempregado, foi dificultada.