Um levantamento feito pela Federação de Câmaras e Dirigentes Lojistas (FCDL) mostra que as vendas de Natal devem cair 3% neste ano, em comparação à 2020. De acordo com a entidade, a expectativa de gasto dos consumidores é de R$ 150 .
A previsão, segundo a pesquisa, é que os setores de moda e varejo sejam os mais beneficiados, com os clientes dando preferência para produtos mais baratos, como roupas e calçados .
Na opinião do economista José Rita Moreira, as projeções negativas no comércio neste fim de ano se deve a crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus.
“Muita gente que se planejou para comprar os presentes de Natal, aproveitou os descontos da Black Friday ou até mesmo fez as compras com antecedência. A outra parte da população, devido à pandemia, vai deixar de comprar”, lembrou Moreira.
O especialista ressalta que a participação das empresas também é fator determinante para a diminuição da procura de presentes.
“Neste momento, as empresas não devem realizar amigos secretos ou festas. Isso ficará restrito a cestas de natal ou lembranças. Com isso, deve haver uma queda nas vendas de presentes mais caros para os funcionários”, concluiu.
Fase Amarela
O estudo aponta que a segunda onda de Covid-19 e o recuo do estado no Plano SP de combate à doença, colaboram para a expectativa negativa de vendas no Natal de 2020. Para a FDCL, a redução do horário de funcionamento das lojas será prejudicial ao setor varejista, mas impulsionará as vendas por e-commerce .
A pesquisa ressalta a importância da prorrogação do auxílio emergencial para diminuir os efeitos da crise econômica no país.
Na última terça-feira (1º), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não há possibilidade de extensão das parcelas para os beneficiários em 2021. Em um evento na Unisa Hidrelétrica de Itaipu, Bolsonaro disse que manter o benefício “é o caminho certo para o insucesso” .
Futuro promissor
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, o economista lembra que o Brasil está começando a apresentar uma leve recuperação econômica .
“De qualquer forma o comércio tem a comemorar. A economia está girando mais rápido que outros países e geração de empregos está aumentando. O anúncio do PIB também é um fator que ajudou o comércio, fora o excesso de crédito disponibilizado no mercado. A expectativa é muito promissora para o ano que vem”, completou o especialista.