Servidores federais com filhos de até cinco anos de idade tiveram as maiores quedas de produtividade durante o home office. A percepção é resultado de uma pesquisa realizada nos meses de maio e junho pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com a Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e o Ministério da Economia.
Os 36 mil servidores entrevistados relataram perda de tempo produtivo no teletrabalho, sendo que a diferença de produtividade é maior entre os que têm filhos abaixo de cinco anos, seguidos dos que possuem filhos entre 5 e 18 anos. Já o fato de ter animais de estimação não ajuda e nem atrapalha o desempenho profissional.
Ainda de acordo com o levantamento, mulheres relataram maior perda de tempo produtivo durante a pandemia do que homens. A cada hora trabalhada, as servidoras sentem que 24 minutos são improdutivos, enquanto para os homens apenas 12 minutos são improdutivos.
Quando perguntados sobre o tempo que está sendo gasto em determinadas atividades, a pesquisa revelou que o período de trabalho considerado produtivo está abaixo do ideal: em uma escala de 0 a 12 horas, o ideal seria 6,2 e está em 5,4. O desempenho também é inferior ao declarado antes da pandemia (5,7).
Já o tempo gasto em trabalho improdutivo aumentou, passando de 3 horas antes da pandemia para 3,3 no pós-pandemia.
Por outro lado, os servidores que têm uma infraestrutura adequada para trabalhar – como wi-fi, computador exclusivo, ferramentas de teleconferência, softwares de gerenciamento de tarefas – afirmaram que são mais produtivos.
As informações da pesquisa foram coletadas por meio de questionários on-line realizados com servidores públicos. Esse estudo faz parte de uma iniciativa maior da Universidade de Duke, que aplicou o mesmo questionário em 88 países, incluindo o Brasil.
Esse esforço global conta com o apoio da Universidade de Harvard e da organização não-governamental Kayma Brasil, especialista em resolução de problemas complexos por meio de modelagem comportamental.