Quatro dias após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado até a morte por seguranças em uma de suas unidades em Porto Alegre , o Carrefour anunciou, nesta segunda-feira (23), a criação de um fundo com aporte inicial de R$ 25 milhões para o "combate ao racismo estrutural no país" e a promoção de "ações afirmativas para a inclusão social e econômica de negros e negras na sociedade".
"Sabemos que não podemos reparar a perda da vida do senhor João Alberto ", afirmou Noël Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil, em comunicado. "Este movimento é o primeiro passo da empresa para que o combate ao preconceito e racismo estrutural , que é urgente no Brasil, ganhe ainda mais força e apoio da sociedade".
Segundo a companhia, a criação do fundo de R$ 25 milhões é adicional ao compromisso já firmado, de reverter para a causa todo o resultado das vendas realizadas em todos os hipermercados da rede no país no dia 20 de novembro, data em que se comemora do Dia da Consciência Negra , e dia seguinte à morte de João Aberto.
Nos últimos dias, afirmou o Carrefour , aconteceram reuniões com entidades e especialistas que combatem o racismo, "visando compreender e aprender sobre como atuar de forma concreta na luta contra todo e qualquer tipo de discriminação, que inclui também outros públicos minorizados".
Na quarta-feira, a rede vai anunciar os compromissos e o plano de ação do fundo. Entre as iniciativas serão financiadas estarão ações internas e projetos externos. Nesta segunda-feira, as ações da companhia fecharam em queda de 5,35%, apesar do otimismo na Bolsa de São Paulo.
"Acreditamos que poderemos evoluir e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária", afirmou Prioux.