O presidente do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, se manifestou sobre o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas , negro de 40 anos, dentro de uma filial da rede varejista, em Porto Alegre (RS).
Em um post publicado nesta sexta-feira (20) em sua conta no Twitter, o executivo francês disse que vai pedir a revisão de treinamento de funcionários e terceiros do Carrefour "no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância".
Abílio Diniz , terceiro maior acionista do Carrefour Global (dono de 10% das ações com direito a voto) e integrante do conselho de administração da empresa na França, também se manifestou sobre a morte de Beto, como é conhecido João Alberto. Abílio se disse "profundamente triste e indignado", completando que "foi uma enorme brutalidade".
A vítima foi espancada até a morte por seguranças brancos na saída da filial do Carrefour, no bairro Passo D'Areia, na capital gaúcha. A agressão ocorreu na noite de quinta-feira (19), após João Alberto se desentender com uma funcionária do estabelecimento, onde fazia compras com a mulher, Milena Borges Alves.
O assassinato provocou protestos pelo país na sexta-feira, Dia da Consciência Negra . O sentimento de revolta motivou manifestações em diversas capitais. Em alguns casos, atos que começaram pacíficos terminaram com invasão de lojas e depredações, além de empurra-empurra, saques e confronto com a polícia.
O Grupo Carrefour Brasil anunciou que romperá o contrato com a empresa responsável pelos seguranças, além de demitir o funcionário responsável pela loja na hora do ocorrido. Entretanto, Alexandre Bompard disse que estas medidas são insuficientes.
"Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência", tuitou o executivo, que, na rede social, chamou as imagens do assassinato de "insuportáveis".
Bompard acrescentou que pediu às equipes do Grupo Carrefour Brasil total colaboração com a Justiça e autoridades para que "os fatos deste ato horrível sejam trazidos à luz".
O executivo francês disse ainda que espera que o Carrefour Brasil se comprometa à revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros, que terá um plano de ação definido com o suporte de empresas externas para garantir a independência deste trabalho.
Como presidente, Bompard está acima dos comandos locais nas subsidiárias, portanto, tem o poder de determinar e cobrar certas ações nas empresas do grupo.