O Pix começou a funcionar às 9h desta segunda-feira (16) com 71 milhões de chaves cadastradas. Os clientes que têm algum tipo de relacionamento bancário poderão fazer transferência e pagamentos instantâneos 24 horas por dia, sete dias por semana. Entre as novidades para o futuro estão saque em lojas, além de pagamento programado, como é feito hoje nos bancos tradicionais.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou do evento de lançamento do sistema. Em discurso, ele afirmou que o Pix trará mais eficiência e competição para o sistema financeiro, inclusive estimulando a criação de novos produtos.
"A inovação não para. O Pix não para aqui. A gente tem novas funcionalidades, a gente pode falar de cashback, de pagamentos programados, coisas que virão pela frente", disse Campos Neto .
Ao falar em cashback , Campos Neto se referia ao saque no comércio, que deve estar disponível no ano que vem. O saque deve funcionar da seguinte maneira: O consumidor chega ao caixa de um supermercado e diz que quer sacar R$ 100 com o Pix. O caixa, então, escolhe a opção na maquininha do cartão, que exibe um QR Code.
O consumidor abre o aplicativo do celular, escolhe a opção Pix e escaneia o código, fazendo o pagamento de R$ 100 para o mercado. Depois dessa confirmação, o atendente recolhe o dinheiro em espécie do caixa e dá para o consumidor.
Já a partir do lançamento, o Pix poderá ser usado para transferências e pagamentos, inclusive para a União. Por meio do PagTesouro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Secretaria de Pesca e Aquicultura já estão preparados para receber pagamentos.
Outros órgãos ainda estão preparando os sistemas para integrar o novo sistema de pagamentos. Para o futuro, o Banco Central está preparando funcionalidades como a de saque em estabelecimentos comerciais e parcelamentos de compras.
Durante a fase de testes, que durou do dia 3 até o último domingo, foram realizadas 1,9 milhão de transações somando R$ 780 milhões. Em nota, o BC disse que durante esse período, manteve diálogo com as instituições e um "significativo nível de colaboração".
"O sucesso da fase de operação restrita reforça o potencial impacto que o Pix promoverá na indústria de pagamentos, alavancando a competição e resultando em melhores serviços aos usuários; na economia, com a eletronização dos pagamentos e consequente redução do custo social com instrumentos baseados em papel; e para a população, disponibilizando um meio de pagamento barato, seguro, instantâneo e prático".
O presidente do BC espera que o Pix estimule a inclusão financeira, ampliando o acesso e viabilizando novos negócios que não eram possíveis por causa do preço das transações. Outra vantagem, segundo Campos Neto, é a facilidade para os usuários.
"Tem que ser fácil, a gente tem que pensar que transferir dinheiro de uma pessoa para outra tem que ser tão fácil como fazer uma ligação ou passar uma mensagem no aplicativo, esse é o objetivo", defendeu.
O Pix já deve estar disponível para quem tem conta em uma das 734 instituições que passaram pela fase de testes e passaram a funcionar nesta segunda-feira. A opção deve aparecer dentro do aplicativo do banco, fintech ou cooperativa ao lado de funções como o TED, DOC e de pagamento de boletos.