O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que o Orçamento de 2021 só deverá ser votado no próximo ano, o que, na avaliação dele, deverá levar a uma diminuição da nota do Brasil dada por agências de classificação de risco.
"O Congresso, até agora, não conseguiu se reunir e colocar em pé a Comissão Mista de Orçamento . Tudo indica que nós não vamos votar o Orçamento esse ano, que será um problema, o que provavelmente vai levar uma queda em nossa avaliação pelas agências de rating. E nós vamos ter o Orçamento só para abril do ano que vem. Vamos ficar três, quatro meses só podendo gastar 1/18 daquilo que está previsto, planejado para o Orçamento", disse Mourão, durante transmissão ao vivo organizada por um banco.
O Congresso ainda não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, que estabelece as bases para os gastos do governo no ano que vem. Depois, ainda terá que ser votada a Lei Orçamentária Anual (LOA), que estabelece o Orçamento de fato. Mourão não especificou se estava referindo-se à LDO ou à LOA.
No fim de outubro o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Tesouro Nacional e o Ministério da Economia apresentem um plano de contingência para evitar a paralisação de todos os serviços públicos caso a LDO não seja aprovada até 31 de dezembro.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda não foi instalada devido a divergências entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deputados do centrão.
Na transmissão, Mourão também criticou a ideia de estender para 2021 o estado de calamidade pública , estabelecido até 31 de dezembro devido à pandemia do novo coronavírus.
"Essa questão de, 'ah, vamos prorrogar a situação de emergência'? Vai prorrogar a situação de emergência, nós vamos ter que fazer dívida, nós estamos vendo a dificuldade que está para rolar a nossa dívida".