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Tomaz Silva/Agência Brasil
Caixa vai ter um novo modelo de financiamento

A Caixa Econômica Federal vai lançar em breve uma linha de financiamento imobiliário corrigida pela caderneta de poupança, seguindo exemplos da concorrência, como Itaú e Banco Inter , por exemplo. A vantagem dessa modalidade para quem recebe o empréstimo é que juros são menores em relação ao empréstimos tradicionais.

Mas há riscos porque isso depende do comportamento da taxa de juros básicos da economia, a Selic , que está em 2% ao ano. Caso a Selic volte a subir, o mesmo acontecerá com os juros do financiamento. O rendimento da poupança hoje corresponde a 70% da Selic. Se essa taxa chegar a 8,5%, a poupança passa a render 6,17% ao ano.

O lançamento do novo produto pela Caixa , que já oferece três linhas de financiamento habitacional , foi anunciado pelo presidente da instituição, Pedro Guimarães, ao participar de um evento da Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) sobre o desempenho do crédito imobiliário, nesta quinta-feira (5).

"Estamos discutindo um quarto produto agora, devemos lançar em breve e esse produto veio com a competição. Isso é muito bom, isso gera eficiência", disse Guimarães, sem dar detalhes da nova linha.

Outras linhas

Em agosto de 2019, a Caixa saiu na frente da concorrência e lançou uma linha atrelada à inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais o índice de preços. Em fevereiro deste ano, foi a vez do financiamento com taxa fixa (sem correção), entre 8% e 9,75% ao ano. Há ainda a linha tradicional, indexada à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada, com juros entre 6,5% e 8,5% ao ano.

Segundo Guimarães, a linha corrigida pela inflação já corresponde a um terço das operações de crédito imobiliário do banco. Ele disse que a carteira corrigida pelo IPCA chegou a R$ 15 bilhões e que, em janeiro, a Caixa venderá ao mercado uma fatia dos contratos, o equivalente a R$ 1 bilhão para incrementar a fonte de recursos para financiamentos, a chamada securitização.

Apesar do risco de alta na inflação , o presidente da Caixa destacou que o cliente tem mais possibilidades de escolha.

Mesmo com a crise na economia, decorrente da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), o crédito imobiliário vem crescendo. A Caixa, líder no mercado, anunciou em abril um pacote de medidas de estímulo ao setor. A expectativa do mercado é 2020 feche com R$ 100 bilhões em novas operações.

Será a quarta modalidade de empréstimo habitacional da Caixa, que oferece a linha tradicional, corrigida pela Taxa Referencial (TR), pela inflação e uma taxa fixa.

Segundo um especialista ouvido pelo UOL, a linha é interessante em tempos de taxa básica de juros (Selic) baixa, porque os juros acabam saindo menores que os dos financiamentos tradicionais. Mas o cliente precisa entender que financiamentos imobiliários geralmente duram anos, e sempre existe o risco de a Selic subir durante esse período, puxando para cima os juros do empréstimo.

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