Guedes volta atrás sobre imposto digital
Reprodução / O Dia
Guedes volta atrás sobre imposto digital

O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse nesta quinta-feira que o imposto sobre transações eletrônica que ele planeja implementar desde o início do governo “está morto, não existe”. Minutos antes, ele defendera o tributo, que críticos comparam à antiga CPMF, o que Guedes sempre rechaçou.

A ideia de Guedes era usar o tributo para bancar a desoneração na folha de pagamento das empresas. Há menos de 15 dias, o ministro também disse que talvez tenha desistido do imposto , mas logo depois afirmou não ter abandonado o plano.

"O imposto está morto, ele está morto, não existe", disse Guedes. "Do meu ponto de vista o imposto está morto, não tem imposto nenhum, não tem desoneração, não tem como fazer. Do meu ponto de vista. Inclusive, o presidente , toda vez que o assunto levanta, ele diz: 'olha, ou tem uma coisa certa ou segura, ou não existe esse imposto'. Em campanha eleitoral toda hora tem isso", acrescentou.

O ministro lembrou que a defesa desse imposto já derrubou um secretário da Receita Federal , o economista Marcos Cintra. E disse que ninguém quer discutir esse assunto nas vésperas das eleições municipais, cujo primeiro turno está marcado para 15 de novembro.

"Quem sabe eu tenha que parar de falar desse imposto mesmo. Inclusive estamos em véspera de eleição, e quero declarar o seguinte: esse imposto considere-se morto, extinto. Quando ele foi falado pela primeira vez caiu o secretário da Receita Federal. Agora estamos em plena campanha eleitoral, ninguém quer discutir esse troço. O ministro da economia vai falar disso? Esquece, esse imposto não existe. Agora, você apoia a desoneração sem fonte, sem dizer de onde vem o dinheiro. Ora, esse privilégio é do Congresso , eu não posso apoiar, quero saber de onde vem o dinheiro", disse Guedes.

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Guedes disse que houve “lobby” contra o imposto. Ele vê como algo necessário propor a desoneração na folha de pagamento das empresas, como forma de gerar empregos e fomentar a economia. Essa medida seria financiada com o imposto sobre transações e pagamentos digitais.

"Nós achávamos que, talvez com a criação desse imposto alternativo, nós desoneraríamos a todos, para sempre. Esse era o nosso tratamento recomendado. Só que o tanto o lobby foi feito, tanta coisa foi interditada, tanta coisa aconteceu, que eu cheguei até, de uma forma simplesmente pacificadora, principalmente em véspera de eleições, cheguei a dizer 'vai ver eu desisto desse imposto'. Não tem mais imposto, não tem desoneração, a gente vive com esses 30, 40 milhões de desempregados”, afirmou.

Na mesma audiência pública, na comissão mista do Congresso que discute e acompanha medidas contra o coronavírus , Guedes defendeu o tributo.

"Há um futuro digital chegando. O Brasil é a terceira ou a quarta maior economia digital do mundo. Nós vamos ter que ter o imposto digital mesmo. Aí você fala: querem aumentar imposto? Não! Nós vamos diminuir os outros, nós vamos simplificar os outros, nós vamos desonerar a mão de obra. Nós estamos indo para um futuro melhor", falou o ministro.

Guedes também que o futuro é menos dinheiro na mão e notas mais simples, apesar do Banco Central ter lançado a nota de R$ 200. Essa cédula, que estampa um lobo-guará, foi adotada para facilitar a logística de distribuição do dinheiro:

"Da mesma forma que nós tivemos o auxílio emergencial, nós tivemos que pedir ajuda para o lobo-guará para o dinheiro poder circular. Mas, já, já, com o Brasil voltando, a doença indo embora, o lobo-guará vai se aposentar também, vai ter uma carreira curta, e o auxílio emergencial também, vai ser desnecessário ali na frente".

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