Criminosos têm utilizado uma falsa notícia sobre um " abono emergencial de Natal" para atrair vítimas para um novo golpe , que está circulando no WhatsApp. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, a fraude começa com uma mensagem afirmando que beneficiários do auxílio emergencial, Bolsa Família e pensionistas teriam direito a um abono de R$ 800 que seria liberado pelo governo federal.
Para ter direito ao falso benefício, os usuários são convidados a clicar em um link que os redireciona a uma página com uma apresentação semelhante ao aplicativo de um banco nacional. Nela, é solicitado que o internauta responda a um questionário e forneça dados privados (como nome e CPF). Por fim, para confirmar que a pessoa não é um "robô", o site pede que ela clique em um link para compartilhar a inscrição no status do Facebook. A página avisa ainda que será enviado um SMS de confirmação.
Além disso, a página pede que o usuário compartilhe a mensagem com os contatos do WhatsApp, o que, para Fabio Assolini, analista de segurança sênior da Kaspersky, é um dos principais indícios de que se trata de um golpe:
"Tem uma questão por trás do golpe que é a engenharia social. Para receber o abono é preciso compartilhar a mensagem, isso é comum em todos os golpes, essa questão viral. Golpes desse tipo têm um alcance enorme, já que o WhatsApp é muito popular, está instalado em mais de 100 milhões de celulares no Brasil. Além disso, esse é um tema de interesse de muita gente. Já vimos uma campanha desse tipo que teve tanto acesso que chegou a tirar o site falso do ar."
Procurado, o Ministério da Cidadania informou por meio de nota que a informação sobre um novo abono de R$ 800 é falsa. "Tanto na lei que instituiu o auxílio emergencial de R$ 600, quanto na Medida Provisória que atribuiu o valor de R$ 300 ao auxílio emergencial, não há qualquer menção a abonos de Natal", esclareceu a pasta.
O ministério acrescentou ainda que o período de solicitação para receber o auxílio emergencial foi encerrado no dia 02/07/2020. "Não há mais como se inscrever para receber o benefício do auxílio emergencial do governo federal", reforçou a nota.
Perigos do golpe
Segundo Assolini, o golpe pode prejudicar o usuário de diversas formas. Na melhor das hipóteses, a vítima será apenas direcionada para uma página com muitas propagandas. Mas há casos em que, ao realizar a suposta confirmação, o usuário estará contratando um serviço pago de telefonia móvel sem saber.
Você viu?
"A cobrança será feita em sua próxima fatura, e muitos acabam pagando sem nem mesmo perceber. Isso acontece porque os fraudadores estão criando cadastros em plataformas de serviços de valor agregado de operadores e, assim, utilizando a estrutura de cobrança dessas empresas para obter ganhos financeiros. Às vezes o cadastramento é feito em empresas internacionais, e aí o cancelamento pode gerar bastante trabalho", explica o especialista.
O caso mais grave, no entanto, é aquele em que a vítima é levada a baixar um aplicativo malicioso, que poderá roubar senhas e até mesmo os dados do cartão de crédito.
Como se proteger
1) Fabio Assolini, especialista da Kaspersky, destaca que o usuário pode ficar atento a alguns rastros deixados pelos golpistas. No caso do golpe do falso abono de Natal, os primeiros indícios constam logo da mensagem inicial: erros de ortografia e direcionamento para um endereço (link) sem nenhuma ligação com o banco.
2) Verifique se a notícia é verdadeira acessando o site oficial da empresa ou organização, além dos perfis oficiais nas redes sociais. Busque em sites de notícias confiáveis informações sobre o tema.
3) Suspeite sempre de links recebidos por e-mails, SMS ou mensagens de WhatsApp, principalmente quando o endereço parece suspeito ou estranho.
4) Se não tiver certeza de que o site da empresa é real e seguro, não insira informações pessoais.
5) Quando receber notícias falsas ou links suspeitos de amigos e familiares pelo WhatsApp, avise que se trata de um golpe ou fake news.
6) Use soluções de segurança confiáveis para ter uma proteção em tempo real para quaisquer tipos de ameaças. Há opções de antivírus gratuitas no mercado.