Nesta quarta-feira (28), uma associação entre empresas, sociedade civil, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançaram a iniciativa 1 Milhão de Oportunidades , voltada para jovens em situação de vulnerabilidade com idades entre 14 a 24 anos.
Com foco em negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, a iniciativa tem a meta de gerar 1 milhão de oportunidades para esses jovens por meio da educação e geração de empregos.
Para isso, o projeto se compromete com quatro pilares: garantir acesso a educação de qualidade, internet para todos e aprendizagem digital, desenvolver o empreendedorismo e vagas de emprego decentes, com criação de vagas para aprendiz, estágio e emprego formal.
Além disso, a Unicef também anunciou o lançamento da plataforma da iniciativa às 12h desta quarta. O objetivo do site é ser um banco de vagas de empregos e de informação.
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Em coletiva de imprensa online, a representante da Unicef no Brasil, Florence Bauer, disse que o programa "parte do princípio de que uma oportunidade pode transformar uma vida e uma vida transformada pode mudar uma comunidade". Atingir a meta de 1 milhão de jovens "pode mudar uma geração", citou.
Segundo explicou Florence, o maior desafio para os jovens dessa geração para o novo mundo do trabalho é o impacto da tecnologia. Segundo ela, 15,7 milhões de vagas de emprego deixarão de existir no Brasil até 2030. E esses jovens de 14 a 24 anos representam 23% da população do Brasil, mais de 48 milhões de pessoas.
A representante da Unicef também comentou que é importante garantir a permanência dos jovens nas escolas para assegurar um futuro digno. Hoje, existem 1,7 milhão de crianças e adolescentes fora da escola e, em 2018, 458 mil adolescentes abandonaram os estudos. Agora, por conta da Covid-19 , é estimado que 30% dos adolescentes do ensino médio não voltem para escola depois do período da pandemia.
Wilson Risolia, representante da Fundação Roberto Marinho, apresentou dados econômicos sobre o assunto. Segundo ele, a evasão escolar custa R$ 240 bilhões por ano ao governo brasileiro. A remuneração também chegar a ser menor, de 20% a 25%.
"Conviver com uma qualidade de vida baixa não é justo do ponto de vista social", disse Wilson Risolia.
Complementando a apresentação, Juliana Azevedo, CEO da P&G Brasil, falou sobre as mudanças que a empresa tem buscado para gerar mais impactos positivos na vida de jovens em situação de vulnerabilidade.
E ao explicar o impacto da pandemia na vida desses jovens, ela disse que "durante crises, os grupos menos privilegiados tender a dar passos para trás", e que por isso é importante o projeto começar agora para gerar uma transformação.