Trabalhadores da Volkswagen aprovaram, em assembleia realizada em São Bernardo do Campo (SP), nesta terça-feira (15), a proposta de abertura de um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para reduzir em cerca de 35% o número de funcionários da companhia. Aos que continuarem no grupo, haverá uma garantia de emprego até 2025.
Os funcionários também aceitaram a adoção de suspensão de contratos de trabalho ( lay-off ) por até dez meses, tendo salários menores em relação aos pagos até agora, congelamento no reajuste salarial e alterações nos benefícios como plano médico e participação nos lucros.
Na unidade de motores de São Carlos (SP) a votação deverá ocorrer somente na segunda-feira. As unidades de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) votarão nesta terça. Em conjunto, estas fábricas empregam quase 15 mil trabalhadores.
No programa que foi aprovado consta que quem tem até dez anos de trabalho e aderir ao PDV terá direito a 25 salários extras, além do que é previsto em rescisão. O número de salários cresce de acordo com o tempo de serviço em até 35 salários para quem é funcionário da Volks há 30 anos ou mais. A proposta vale por tempo limitado e para quem aderir depois o benefício será reduzido em 10 salários.
O presidente da Volkswagen, Pablo Di Si , afirmou que o grupo deixou de produzir, em 2020, 146 mil veículos em relação ao mesmo período do ano passado. "É um número que equivale a uma fábrica inteira", afirmou.
No último ano, o setor automotivo fechou 6,3 mil vagas, das quais 4,1 mil foram durante a pandemia. Atualmente, emprega 121,9 mil trabalhadores, o que deve cair até o fim do ano diante dos cortes que vem ocorrendo nas montadoras e programas de voluntariado.