Aloysio de Andrade Faria morreu nesta terça-feira (15) aos 99 anos em uma fazenda no interior de São Paulo; ele foi controlador do Banco Real até os anos 1990
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Aloysio de Andrade Faria morreu nesta terça-feira (15) aos 99 anos em uma fazenda no interior de São Paulo; ele foi controlador do Banco Real até os anos 1990

O empresário e  banqueiro Aloysio de Andrade Faria, morreu nesta terça-feira (15) aos 99 anos em uma fazenda no interior de São Paulo. Ele foi controlador do Banco Real até os anos 1990 e fundou o Conglomerado Alfa, que tem unidades nos ramos financeiro, hoteleiro, alimentício, agronegócio e de mídia.

Faria completaria cem anos em novembro. O empresário era considerado discreto e tinha o apelido de "banqueiro invisível". Seu patrimônio pessoal é avaliado pela revista americana Forbes em US$ 1,6 bilhão — o equivalente a R$ 8,43 bilhões no câmbio atual.

Médico de formação, Aloysio de Andrade Faria herdou o controle do Banco da Lavoura, e dirigiu a instituição a partir dos anos 1950. Em 1972, o banco passou a se chamar Real.

Durante o período em que Faria comandou o Banco Real, a instituição financeira se tornou a quarta maior do segmento no país. Em 1998, o banqueiro vendeu o Real ao holandês ABN Anro por cerca de US$ 2,1 bilhões. O banco seria incorporado pelo Santander em 2007.

No ramo financeiro, Faria manteve sob seu controle o Banco Real de Investimento, a Real Financeira, o Real Arrendamento Mercantil e a Corretora Real, que deram origem ao atual Banco Alfa e ao conglomerado de mesmo nome.

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Entre os negócios do conglomerado estão também a rede hoteleira Transamérica, a varejista de materiais de construção C&C, a produtora de óleo de palma Agropalma, a rádio Transamérica, além da marca de água mineral Águas Prata e a fábrica de sorvetes La Basque.

O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, lamentou a morte de Faria.

— O falecimento de Aloysio de Andrade Faria nos priva de um empreendedor por natureza, cuja face mais conhecida é a de modernizador do sistema financeiro nacional. Ele nos deixa um legado de retidão e seriedade. Tão discreto na vida pessoal quanto admirado pelos que com ele conviveram, sua ausência é uma grande perda — afirmou em nota.

Trabuco lembra que Faria introduziu no Real “métodos de gestão de pessoas por meio do estímulo à formação das carreiras” e que criou o cheque especial sem cobrança de juros durante parte do mês.

— Nos anos 1970, tive o privilégio de conhecer de perto o talento de Aloysio Faria em transformar, para melhor, tudo aquilo em que se envolvia. Como diretor da Pecplan, a empresa do Bradesco dedicada à melhoria da genética animal, pude vê-lo insistir, persistir e não desistir até que conseguisse melhorar o seu rebanho da raça holandesa. Antes, na década de 1960, introduziu o cavalo árabe no Brasil, cuja característica mais reconhecida é a de melhorar todas as demais raças — disse Trabuco.

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